Quem se propõe a fazer a vontade do Senhor sempre encontra opositores. Foi assim com Neemias. Apesar dele possuir autorização do rei Artaxerxes para reconstruir os muros de Jerusalém, sofreu todos os tipos de ataques tentando impedí-lo de fazer a reconstrução. Ataques declarados e sutís, vindos de gente que era aparentemente amiga e de quem claramente era inimiga. Em determinados momentos palavras duras, e em outros palavras disfarçadamente gentís.
Quando os inimigos de Israel viram que os muros de Jerusalém estavam erguidos, reuniram-se para aumentar o poder de oposição contra o povo de Deus. Tramaram novo plano contra a vida de Neemias, o líder da obra, analisando que sem liderança o trabalho não seria concluído. A tática era deixar de afrontar o povo de Deus de maneira aberta. Os inimigos se colocaram em posição aparentemente humilde, como se tivessem abandonado a inimizade e não mais quisessem impedir a finalização dos portões na muralha, que já estava concluída.
Gesém, o árabe, é mencionado no livro de Neemias, 2.19 e 6.1-2, como grande opositor do projeto de reconstrução dos muros de Jerusalém. Duas peças, achados arqueológicos, o apontam como alguém que era muito influente na Arábia. O primeiro, é um memorial datado como “nos dias de Gesém (Jasm), filho de Shahru’” , e o segundo é uma taça de prata contendo inscrição dedicatória em aramaico, com os seguintes dizeres: “O que Qayany, filho de Gesém, rei de Quedar trouxe a Han Ilate”. Esse segundo dizer, de autoria de seu sucessor, o apresenta como chefe principal das tribos e dos negociantes do deserto de Quedar, do norte da Arábia. A História mostra que os árabes possuíram relações comerciais com os reis persas a partir de 525 a.C., quando invadiram o Egito. Essas informações trazem luz à queixa de Gesém encontrada em Neemias 6.6. Ele teria seu campo comercial diminuído com a reconstrução dos muros.
O nome Tobias, em hebraico significa "Jeová é bom". Possivelmente seja a mesma pessoa descrita em Esdras 4.7, pois Tabeel é a forma aramaica para escrever "Jeová é bom". Ele era governador de Samaria, embora no capítulo 2, verso 10 do livro de Neemias, lemos "o servo amonita". Acredita-se que ele tenha sido um escravo liberto que obteve grande ascenção social em Amom. Fez aliança com Sambalate com a intenção de evitar que os muros de Jerusalém fossem levantados. Certamente porque perderia controle político e privilégios na região.
Sambalate é um nome de origem babilônica, significa "o deus lua deu vida". Ele é identificado como de origem horonita, talvez porque tenha vivido em Bete-Horon, proximidades de Jerusalém. Ele já era uma personalidade importante no mundo político de Samaria quando Neemias empreendeu a reconstrução dos muros. Sua tendêcia à política era grande, pois levantou calúnias inteligentes, como a mentira de rebelião de Neemias contra o rei Artaxerxes, tentando colocar todo o poderio do monarca contra o servo de Deus. Os papiros de Elefantina informam que ele exerceu posto de governador de Samaria em 445 a.C, e que teve dois filhos com nomes hebreus, Selamias e Delaías. Tais nome podem ter sido dados devido sua convivência muito íntima com os judeus, ter se casado com uma hebréia, pois foi até genro de familiares de sacerdote (Neemias 2.19; 13.28).
Tobias e Sambalate se esforçam ao máximo para prejudicar Neemias, até contrataram Semaías, para convidá-lo a uma conversa fora de hora dentro do templo, portanto com intenções suspeitas (Neemias 6.10).
Segundo J.I. Parker, no livro Neemias - Paixão pela fidelidade, Sambalate e Gesém fizeram um convite cortês, para que Neemias pensasse que o objetivo da conferência de alto escalão fosse declarar paz entre eles e assim comparecesse ao encontro. Parecia uma reunião de ato político, uma concessão de perdedores que reconheciam a parte convidada como vitoriosa, o reconhecimento oficial de Neemias como governador de Jerusalém.
O local do encontro era terreno neutro, ficava na metade do caminho entre Jerusalém e Samaria, o Vale de Ono, aldeia construída por Semede, descendente de Benjamim, depois perdida e recuperada pelos benjamitas após o exílio (1º Crônicas 8.12; Neemias 11.33-35).
E.A.G.
Elizeu, eu sou fã de Neemias, gosto muito do livro de Neemias, de como ele administrava e das suas estratégias.
ResponderExcluirLendo a história de Neemias, percebemos o quanto é fundamental que o líder tenha discernimento quanto as vozes que lhe chegam. O quanto é fundamental que ele esteja na inteira dependência de Deus, de ouvir a voz do Espírito Santo.
Neemias é um grande líder a ser imitado em muitos aspectos.
Parabéns. Abraço.
Gostei muito do comentário e gostaria de aprender mais sobre o assunto. E como se fosse quem estava dentro adorava.Eu quero estar dentro para adorar.E o que foi perdido eu quero recuperar
ResponderExcluirDeus abençoe por esse texto, não pare de escrever.
ResponderExcluirOlá, Monique.
ResponderExcluirMuito obrigado por seu incentivo. Saiba que a minha intenção não é parar, e temos a consciência que quem determina isso é Deus. Acredito que Ele também queira.
Deus continue a abençoar você, também.
Abraço.
Fui edificado , Deus o abençoe.
ResponderExcluir