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terça-feira, 7 de março de 2017

Vivendo de forma moderada

Introdução.

Temperança (no grego "enkrateia / ἐγκράτεια) significa ter controle sobre desejos e atitudes. A temperança ajuda a pessoa a ser moderada em todas as suas ações  (2 Pedro 1.6; Tito 1.8).

O étimo "kratos", de maneira literal e também figurada, tem a conotação de vigor. O termo descreve a situação de "no poder" (de si mesmo); agir poderosamente, realizar algo grande.

Por sua vez, a derivação "egkrateia" tem o sentido de disciplina, expressa o estado de querer fazer o que é sabido ser uma escolha positiva por causa de suas consequências benéficas. Significa autocontenção. autodomínio, continência. É o autêntico domínio interior. é uma entre as nove características do fruto do Espírito (Gálatas 5.23); é a virtude de quem domina seus desejos desenfreados e paixões da carne (Atos 24.25; 2 Pedro 1.6).

O vocábulo  "enkrateia" (temperança) é usado pelo apóstolo Paulo para tratar a respeito da pureza sexual e destacar a disciplina de um atleta, nos leva a entender que a temperança nos ajuda a ter uma vida disciplina e feliz (1 Coríntios 7.9; 9.25).

I - Temperança, o domínio das inclinações carnais.

A temperança nos capacita a obter o domínio das inclinações carnais. No entendimento cristão, só é possível exercitar o autocontrole quando o crente se submete ao poder do Senhor. Precisamos ser comedidos em nossas palavras e atitudes, procurando ser cheios do Espírito todos os dias 9Efésios 5.18). Fomos salvos pela graça divina e essa graça nos ensina a rejeitar as obras da carne e a vivermos de modo sóbrio, justo e piedoso (Tito 2.11).

1. Vivendo de modo sóbrio.

O ser humano anda na corda bamba entre o equilíbrio e a falta de moderação. Vivemos numa sociedade onde os excessos da vida são estimulados diariamente, como o acesso ao consumo diante das propagandas midiáticas prometendo tudo, do básico ao supérfluo. O exemplo mais forte deste tipo de comportamento consumista são os Shoppings Centers.

O crente deve ser livre de qualquer intemperança. Ele precisa ter o fruto do Espírito Santo, vivendo com equilíbrio, em tudo sendo moderado a fim de que o nome do Senhor seja exaltado mediante suas ações.

2. Temperança e qualidade de vida.

Quem tem a temperança tem qualidade de vida.

Como crentes precisamos ter uma vida equilibrada e santa. A prostituição e a glutonaria são um pecado contra o nosso corpo. Tudo o que agride o nosso corpo é pecado, pois fere e macula a morada de Deus. Jamais podemos nos esquecer que o nosso corpo é habitação do Espírito, por isso, precisamos cuidar bem dele evitando tudo que possa manchá-lo e fazê-lo adoecer.

O autocontrole não significa a negação de si mesmo, mas uma avaliação real da função do nosso ego na forma mais nobre de vida.

3. A temperança na vida de Cristo.

Não sabemos nada sobre a aparência de Jesus Cristo. As fontes falam de seu olhar, de como recebias as crianças. de sua aproximação aos doentes e curas realizadas, mas nada sobre sua figura e fisionomia. Com certeza, a falta de informação sobre sua aparência é o modo de Deus nos dizer que Jesus está acima de características raciais e étnicas.

Ao apresentá-lo, através da boca de Pilatos, João escreveu: "Eis o homem" (João 19.5); por sua vez, Paulo, comparando-o com Adão, o primeiro homem, descreveu-o como o Adão novo e definitivo (Romanos 5.14).

Sabemos que é impossível falar de Jesus sem tocar no aspecto de sua divindade. Porém, sem pretender descrever tudo o que a teologia nos diz sobre Ele, o Messias, nos detemos em seu caráter humano. Partimos do fato de Ele ser o modelo perfeito do homem em sua carreira de fé em direção a Deus. Cristo não foi apenas o fundador do cristianismo, mas o modelo vivo dos cristãos e de todo homem. É nEle que o cristão encontra o seu modelo vivo e se identifica com Deus, pois mostrou-se ao mundo como o homem por excelência.

Precisamos viver imitando a Cristo, apresentar as nove características do fruto do Espírito como Ele apresentou em seu proceder em diversas circunstâncias diferentes uma das outras, porque foi o Espírito que caracterizou grandemente a vida de Cristo. É necessário aprender dEle.

II - Prostituição e glutonaria, o descontrole da natureza humana.

A prostituição e a glutonaria são um descontrole da natureza humana.

1. Fugi da prostituição.

Em Efésios 4.17-22, a vida nova é apresentada nitidamente em contraste com a antiga. A imoralidade não deve ter lugar na vida de uma pessoa que procura ser vaso de bênçãos nas mãos de Deus, se crente der vasão à carnalidade, o nome de Cristo é envergonhado através de suas atitudes.

Deus mão proíbe você de se alimentar bem, ter uma vida confortável e cheia de felicidade. Contudo, Ele deseja que vivamos de modo sóbrio e equilibrado.

Como fruto do Espírito, a temperança age em contraposição a prostituição e todas as outras modalidades de ações das obras da carne.

No grego, a palavra para prostituição é "porneia". Na sua primitiva raiz, "porné" quer dizer prostituta é mais abrangente. No seu prosseguimento de definições, essa palavra vai apontar também para o uso do corpo para a venda do sexo, daí o verbo "pernumi". Muitos gramáticos gregos preferem fazer a tradução "porneia" para imoralidade, pois desse modo ela aponta para uma série de pecados imorais praticados como o corpo.

Na palavra "porneia" está implícito também o sentido de adultério, e para os judeus tal pecado estava relacionado com a religião, pois nos cultos de fertilidade, os atos imorais praticados nos templos pelas prostitutas sagradas eram vistos como atos religiosos. O dinheiro que as prostitutas cultuais recebiam era considerado "sagrado", e era usado para a expansão ainda maior do pecado de idolatria. Historicamente, a cidade de Corinto tinha mais de mil prostitutas (Romanos 1.18-27). Paulo era consciente dos males que essa prática pecaminosa poderia causar, por isso bateu de frente contra esse pecado.

2. A disciplina em casos de prostituição.

A prostituição deve ser evitada porque nela há uma quebra geral da valorização da pessoa humana. Quando um homem se entrega aos braços de uma prostituta, a relação não é feita por amor, carinho, respeito, consideração, mas se baseia apenas em uma venda, uma compra de prazer sexual, em que a mulher é apenas um mero objeto para o homem realizar suas fantasias e desejos.

Perceba o quanto as obras da carne são maléficas. Enquanto Deus deseja o melhor para o homem e a mulher, criando o casamento para a felicidade, onde os dois podem ser respeitados, valorizados, a prostituição entra em cena tão somente para fins luxuriosos. Essa é a razão de Paulo recomendar à fuga da prostituição (1 Coríntios 6.18).

O mundo moderno fala do ficar, da moça e do rapaz serem livres para fazer o que quiserem com o seu corpo, inclusive manter relações sexuais fora do casamento sem qualquer compromisso, não levando em consideração os efeitos que um relacionamento sem responsabilidade pode causar, pois a prostituição não cria amor, respeito, mas leva o outro ou outra a serem vistos simplesmente como objetos.

A Bíblia condena a prostituição, que é vista da seguinte maneira:
a) Obras da carne (Gálatas 5.19);
b) Coisa da natureza pecaminosa (Colossenses 3.5);
c) Todos devem abster-se dela (1 Tessalonicenses 4.3);
d) É pura imundícia (Apocalipse 17.4);
e) Corrompe (Apocalipse 19.2).
3. A glutonaria e seus males.

O glutão, como sendo  aquela pessoa que come muito, no hebraico é denominado de "zaial". Este vive se entregando à comida, bebida, festividades, sem compromisso de nada (Deuteronômio 21.20; Provérbios 23.20, 21). Na concepção hebraica o termo glutão não tinha apenas o sentido de comer muito, mas envolvia o aspecto da rebeldia; por isso era aplicada a pena de morte.

No grego, glutão é "phagos", tem o sentido de comer muito (Mateus 11.19; Lucas 7.34). Jesus foi acusado de ser um comilão e beberrão, mas a citação que diz isso não está dizendo que Ele era um glutão, pois não vivia apenas para satisfazer o estômago (Tito 1.12).

Enquanto a prostituição é um pecado com o corpo, a glutonaria é um pecado contra o corpo. Como um dos aspectos do fruto do Espírito, a temperança opõe-se a glutonaria.

A gordura, o sal e o açúcar quando em uso exagerado são responsáveis por danos contra a saúde. Mas, mesmo sabendo que trarão sérias complicação para a saúde, muitos crentes maltratam o corpo ingerindo tais alimentos. Nosso corpo é templo do Espírito, por isso, precisamos cuidar bem dele, tendo uma alimentação saudável e equilibrada (1 Coríntios 6.19).

III - Vivendo em santificação e deixando os excessos.

O crente necessita ser um indivíduo autocontrolado, viver em santidade, deixando os exageros.

1. Agradando a Deus em tudo.

Pela Palavra de Deus, não há nada dentro do próprio homem que possa lhe dar forças para vencer as obras da carne, pois até  sua justiça é como trapo de imundícia (Isaías 64.6). Está claro que a inclinação da carne é sempre para a carne, e que nela o homem não pode agradar a Deus (Romanos 8.5-9; Gálatas 5.22, 25), para vencer e reprimir seus desejos seus desejos é preciso ter o fruto do Espírito.

O cristão que deseja ter um viver controlado, que não quer se entregar aos mais baixos prazeres, a não perder o equilíbrio, mas que quer manter a boa disciplina, o autocontrole, deve ser dominado pelo fruto da temperança.

Como novas criaturas, precisamos viver de modo a agradar ao Senhor. Seja santo  na sua maneira de vestir, falar, comer, em seus relacionamentos, etc.

Embora vivessem numa sociedade onde o pecado sexual era comum e aceitável, os apóstolos não transigiam com a verdade e a santidade de Deus. Não rebaixaram os padrões morais para acomodá-los às ideias e tendências daquela sociedade. Sempre que se deparavam com baixo padrões morais em alguma igreja (Apocalipse 2.14, 15, 20).

2. Santificação.

As obras da carne são conhecidas, e sua mortificação só é possível quando somos completamente dominados pelo poder do Espírito Santo. Sabemos que o que é nascido da carne é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito, logo vive de modo equilibrado e não tem prazer nas concupiscências desse mundo (João 3.6).

O cristão, ao identificar-se como Salvador, crucificado, realmente crucificou a carne com as suas concupiscências. Mas aquela vitória, que é potencialmente nossa, deve se tornar ativa e real. Nós, como cristãos, vivemos no Espírito. Devemos andar no Espírito para  vencer as tendências e os impulsos da natureza pecaminosa (Romanos 8.4, 5).

3. Deixando os excessos.

Por não terem temperança, como fruto do Espírito, muitos estão vivendo sem pudor, cometendo toda sorte de excessos, envergonhando o nome de Cristo e a Igreja do Senhor. Precisamos diariamente nos encher do Espírito para não cumprir os desejos desenfreados da carne (Gálatas 5.16). 

Conclusão.

A temperança está relacionada à questão do impulso sexual, glutonaria e às questões da carne, nos ajuda a termos domínio contra as inclinações carnais. A prostituição e a glutonaria, são um descontrole da natureza humana. Precisamos viver em santidade, deixando os excessos de lado, em todas as áreas da nossa vida.

E.A.G.

Subsídios: 
As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Osiel Gomes; edição novembro de 2016, páginas 131-136; Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD);
Ensinador Cristão, ano 18, nº 69, janeiro a março de 2017, página 41, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD);
Lições Bíblicas - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Comentarista: Osiel Gomes. 1º trimestre de 2017, páginas 78 a 82, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).

sábado, 4 de março de 2017

Mansidão: torna o crente apto para evitar pelejas


Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução.

Num tempo onde o heroísmo, a força e a guerra são cultivadas pela sociedade, o que uma pessoa mansa pode contribuir beneficamente para a sociedade? Ser manso não é sinônimo de fragilidade?

A palavra pode ser traduzida perfeitamente como "serenidade". No grego, idioma usado para escrever o Novo Testamento, "prautês" ou "praotês" denota mansidão (1 Coríntios 4.21; Gálatas 5.22, 23; Efésios 4.2; Colossenses 3.12; Tito 3.2; 1 Pedro 3.15).

Nas páginas da Escritura, o significado de mansidão é mais profundo do que nos escritos gregos seculares. Não abrange apenas o comportamento exterior da pessoa; nem ainda se restringe às relações pessoais; muito menos paira na superfície da mera disposição natural. Antes, é uma estruturação firme, balanceada em espírito; despretensiosa, tranquila, que tem as paixões sob controle e cujos exercícios são primeira e primariamente para com Deus. É o temperamento de espírito no qual aceitamos seus procedimentos conosco como bons, e, portanto, sem causar resistências e disputas.

O estado de mansidão é necessário. A mansidão pode ser entendida como uma qualidade suavizante, como uma canção que tranquiliza a alma mais angustiante, como um médico que trata seu paciente com toda delicadeza, como um pastor que cuida da ovelha com todo carinho. É o oposto da arrogância, o contrário das atitudes que constituem o controle emocional e a guerra em vez da paz. É tudo o que contribui para o apaziguamento da alma.

Para ser manso, segundo os ensinos de Jesus e dos apóstolos, é necessário agir cultivando a capacidade de gerar gentileza uns para com os outros, sem fazer acepção de pessoas, alcançando todos os homens e enxergando neles a imagem de Deus.

Quando a mansidão é uma realidade presente na vida dos servos de Cristo, não há no seu círculo social espaço para conduta soberba, mas ação humilde para servir e agradar o próximo (Efésios 4.2). A arrogância, assim como a peleja, são situações contrárias à atitude de mansidão, e quem as pratica não é capaz de ser agradável a Deus, pois Ele odeia o orgulhoso de coração (Provérbios 16.5),

I - Mansidão, o oposto da arrogância.

1. Mansidão não é covardia.

A mansidão é um entre os nove aspectos do fruto do Espírito. Age proativamente perante Deus e diante dos homens em todas as circunstâncias.  Permite que se oponha ao espírito da arrogância e leva o cristão a  viver de maneira que o nome de Cristo seja exaltado. É uma disposição do caráter que aceita, sem discutir, a verdade e a vontade de Deus. É uma postura dócil de completa submissão e aprendizado em Cristo (Mateus 11.28).

Ser uma pessoa  mansa é também ser uma pessoa humilde, sempre cheia de amabilidade e boa educação no relacionamento interpessoal.

2. Ser manso é ser corajoso.

Alguém pode perguntar: por que os mansos vencem, visto que não agem com tramas, truques, imposição, valentia? A resposta para esta pergunta é simples:
a. Eles são guiado por Deus (Salmos 25.9);
b. São defendidos por Deus (Salmos 76.9);
c. Eles gozam do amparo de Deus (Salmos 147.6).
A mansidão é saber se controlar em um momento de ira, ou irar-se no momento certo. É uma virtude que surge em consequência da atuação do Espírito Santo no crente. Não transforma o crente em medroso ou tímido, não é passiva e nem indolente, mas é o fator da transformação moral segundo à obediência de Cristo (1 Pedro 1.2). A pessoa que possui essa qualidade perdoa injúrias, corrige erros e governa bem seu próprio espírito.

3. A mansidão, fruto do Espírito.

No Novo Testamento, a figura da pomba é símbolo do Espírito Santo. As ovelhas representam o rebanho de Cristo. E o cordeiro tipifica Jesus, o Cordeiro que tira o pecado do mundo  (Mateus 3.16; João 10.14, 15; João 1.35). Em comum, a pomba, o cordeiro e a ovelha são mansos, aspecto do fruto do Espírito, que auxilia o crente a evitar as pelejas e contendas.

A mansidão, como fruto do Espírito. é uma conduta interior que leva o crente a agir com graça e amor, inclusive em, momentos complicados. Na Bíblia, a mansidão está frequentemente associada a outros atributos ou em contraste com práticas erradas. É considerável, portanto,, meditar em alguns textos bíblicos e o que eles ensinam para nós. Vejamos:
a. Mansidão e benignidade. Em 2 Coríntios 10.1, o apóstolo fez um apelo aos crentes de Corinto: "E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo". Benignidade, nesta passagem, diz respeito a suportar ofensas com paciência e sem ressentimento, por amor a Cristo. É a firme oposição à rispidez, à severidade, à violência e grosserias.
b. Mansidão e humildade. Estas duas virtudes estão ligadas. Humildade contrapõe-se ao orgulho. "Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor" (Efésios 4.2). 
c. Mansidão e sabedoria. "Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras" (Tiago 3.13).
d. Mansidão e salvação. "Porque o SENHOR se agrada do seu povo e de salvação adorna os humildes" (Salmos 149.2). Observamos neste texto sua harmonia com o Novo Testamento: "Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma" (Tiago 1.21). Neste texto, mansidão refere-se à inclinação para receber a Palavra de Deus com um coração submisso.
II. Evitando as pelejas e contendas.

1. Pelejas e discórdias.

Na língua portuguesa, peleja e discórdia possuem o mesmo significado, mas no grego a palavra usada para discórdia tem conotação mais profunda, significa a desarmonia como sentimento de discordância dissimulado em concordância. O crente que é sábio espera com paciência e mansidão o momento de Deus para conquistar aquilo que deseja para si, aquilo que é divino, evita se envolver em brigas e nem comete ações de baixo nível, pois tem consciência de que tais ações pertencem à velha natureza pecaminosa.

Não é fácil conviver diariamente com pessoas altivas, impulsionadas pelo espírito precipitado, acostumadas com o descontrole emocional, dadas às situações de dissensões, contendas e pelejas, cujas vidas são cheias de ambições egoístas. Em geral, os altivos gostam de disputa, discórdia, briga, pois acreditam que estão sempre com a razão e que são os donos da verdade.

Você conhece alguém assim? Se a resposta é sim, então ore por essa pessoa para que ela venha a mudar de vida e ser alguém cheia do Espírito Santo e a desenvolver o fruto do Espírito, na característica da mansidão, e desta maneira seu modo de vida contenha a humildade do Filho de Deus.

Os homens sem Cristo, a cada dia que passa, estão mais ásperos, raivosos e violentos. Algumas vezes, encontramos pessoas na Igreja que proclamam em alta voz: "Eu sou convertido, porém, meu braço não é". Outros tentam justificar a agressividade declarando que são tentados à violência, se esquecendo que Deus não permite que ninguém seja tentado além do limite que possa suportar. Conferir: 1 Coríntios 10.13.

2. Ações do homem carnal.

Ser manso não tem implicação de ser uma pessoa frustrada, desanimada, frouxa, fraca ou desprovida de veemência e vigor moral, mas sim é uma indicação de força sob controle. Quando temos mansidão, somos gentis, mas não fracos; tratamos todas as pessoas com cortesia perfeita, reprovamos sem rancor o que for repreensível, argumentamos sem intolerância, enfrentamos a verdade sem ressentimento, iramos, porém, jamais pecamos por conta da ira.

Muitos provocam contendas na Casa de Deus, são insubmissos a seus pastores, agressivos e rebeldes. Segundo Paulo, aquele que não é capaz de ser manso e se submeter aos pastores, líderes evangélicos que são fiéis às Escrituras em suas pregações e estilo de vida, não é digno da comunhão cristã (2 Tessalonicenses 3.14). A Bíblia também trata da obediência aos pais e a consequência imediata de desobedecê-la (Deuteronômio 21.18; Provérbios 30.17).

3. Um espirito aguerrido.

Jesus nos convida a rejeitar o espírito aguerrido, de pelejas, de discórdias, de ações carnais, de busca por vingança.

O servo de Deus tem a missão de combater os que ensinam doutrinas erradas, que provocam perturbações no meio da igreja (2 Timóteo 2.25). A correção que o cristão faz para com o outro é no espírito de mansidão (Gálatas 6.1). Um servo de Deus jamais corrige o outro para lhe causar vergonha, humilhação, mas sempre visando á sua perfeição espiritual. Ele vence com delicadeza os que têm o espírito de oposição ferrenha. Um cristão dominado pela mansidão não procura impor suas verdades, mas responde com mansidão e temor os que pedirem a razão de sua fé em Cristo (1 Pedro 3.15).

Segundo Provérbios 25.15, a paciência e a mansidão são armas poderosas e têm elos em comum. A primeira serve para persuadir, a segunda para produzir forte impacto, até mesmo sobre aqueles que se endurecem contra nós e o Evangelho de Cristo. Pense em uma pessoa paciente e em outra que costuma falar com brandura. Elas se assemelham. A pessoa mansa apresenta em seu viver a paciência, porque a pessoa paciente tende a falar com mansidão.   

III. Bem-aventurados os mansos.

1. O Sermão da Montanha.

Duas recompensas da mansidão são mencionadas em Salmos 37.11: "Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz".  Uma está relacionada ao futuro; o fruto da mansidão contribui para que o crente possua o Reino de Deus em sua plena expressão e manifestação quando o Rei vier. A outra, ao presente: abundância de paz. Às vezes os ímpios conseguem o que desejam mediante grande esforço e planejamento, entretanto, no Reino de Deus os santos herdam a bênção do Senhor, partindo da mansidão segundo a Bíblia. Jesus confirmou este fato ao anunciar as diretrizes do seu Reino (Mateus 5.5). Também somos recompensados por agir com mansidão em nossos relacionamentos sociais.

Veja também: Bem-aventurados os mansos.

2. Estevão, um homem manso.

Estevão, ao chegar à proeminência de seu ministério nos primeiros dias da Igreja Primitiva, a comunidade cristã se desenvolvia passando por tensões surgidas  em consequência da acusação de que os apóstolos desprezavam a situação de necessidade das viúvas gregas . Como resposta, os apóstolos reuniram toda a congregação, apresentaram abertamente o problema e propuseram  uma solução razoável: escolher sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para que cuidassem do problema das viúvas desamparadas. A proposta foi aceita pelos irmãos e dentre os sete Estevão também foi escolhido. Após isso, a Igreja de Jerusalém experimentou um grande crescimento. Estevão não apenas sabia lidar com a administração social, também pregava a Palavra de Deus acompanhada com a maravilhosa demonstração do poder do alto, o que suscitava a oposição dos judeus conservadores, invejosos de sua popularidade e contrários ao movimento cristão. E assim eles promoveram uma campanha acusando-o de blasfemar contra Moisés e contra Deus, que teve como consequência a sua prisão. O fato que os judeus caluniadores não esperavam é que Estevão se manteria corajoso diante do Sinédrio até na iminência de morrer (Atos 6.1, 3, 4, 7, 8, 11, 14).

Seu discurso no Sinédrio é uma memorável recapitulação da história judaica e uma defesa ousada da fé cristã diante de seus acusadores, é o discurso mais longo registrado no livro de Atos (7.2-53). Apos pedir que todos prestassem atenção ao que tinha a dizer, fez um relato da história sagrada desde Abraão, conclamando todos ao arrependimento e à fé cristã, mas seu apelo caiu em ouvidos indispostos a aceitar a mensagem de salvação. Ele acusou sua audiência de traidores e assassinos do Justo (Jesus Cristo) e numa explosão de fúria estes o atacaram, arrastaram-no para fora da cidade e o apedrejaram até a morte na presença de Saulo de Tarso (7.54, 58, 60, 8.1).

Em seu martírio, Estevão não deixou de falar a verdade e perdoou seus agressores, exatamente como Jesus se comportou em seu julgamento (João 18.37; Lucas 23.34; Atos 7.51-53, 60). A coragem do primeiro mártir da Igreja Primitiva diante dos oponentes e sua atitude amorosa para com seus inimigos colocou-o no roll de personagens bíblicos que servem como modelos dignos de um discípulo fiel e obreiro efetivo.

Seu testemunho de fé, demonstrou que era homem cheio do Espírito Santo, de coragem e também cheio de mansidão. Ele não permitiu que a ira e a amargura dominassem seu coração. Até os dias de hoje, muitos cristãos se inspiram em sua atitude de pessoa dedicada ao Senhor e ao próximo.

Ele se lembrou da promessa de Jesus, de que todo aquele que o confessar diante dos homens, o Filho do homem o confessaria na presença de Deus (Mateus 10.32; Lucas 12.8) e reivindicou essa promessa para si. A sua oração foi ouvida prontamente. "Olhem! Eu vejo os céus abertos, e o Filho do Homem está em pé à direita de Deus" (Atos 7.56).

3. A mansidão de Cristo.

O Filho de Deus é sempre retratado em poesias e pinturas como uma pessoa extremamente meiga. Todavia, sua mansidão parece fraca, quase efeminada. Sua pele branca e pálida e seu aspecto delicado o tornam fraco e tímido. Esta descrição é um contraste com a revelação das Escrituras.

Em Mateus 21, descobrimos que há força em sua mansidão e mansidão em sua força, encontramos o relato de que comerciantes e cambistas montaram suas barracas na corte dos gentios no Templo, enchendo-as de mercadorias, em vez de permitir que  o espaço se enchesse de gentios. Eles exploravam as pessoas que tinham vindo para adorar a Deus ali. Vendiam animais para o sacrifício a custo muito alto, tirando vantagem daqueles que tinham vindo de longas distâncias e estavam cansados. Os cambistas trocavam o dinheiro secular pela moeda do Templo - única moeda aceita pelos comerciantes. Normalmente, os comerciantes e cambistas eram desonestos, enganavam os estrangeiros que não conheciam a cotação da moeda, Aquele comércio na casa de Deus impedia a adoração e isto aborreceu profundamente a Jesus e provocou a sua ira.

No texto bíblico de Mateus 21, aprendemos que a mansidão é uma posição intermediária entre dois extremos, que são irar-se sem razão e não se irar nunca. É um equilíbrio nascido da força de caráter e submissão ao Senhor. Vemos que a mansidão é o resultado da decisão de uma pessoa forte de controlar suas paixões com base na firme confiança em Deus. Tiago 1.21; 3.13; 1 Pedro 3.15.

Nós devemos ter a mansidão, como fruto do Espírito, porque foi o Espírito que caracterizou grandemente a vida de Cristo. Jesus disse que devemos aprender dEle, pois era manso (Mateus 11.29); em uma das profecias vaticinadas sobre Ele, foi destacada a mansidão ou humildade (Zacarias 9.9); e Paulo, falando aos crentes rebeldes de Corinto, usou sua autoridade tomando como exemplo a mansidão de Jesus Cristo (2 Coríntios 10.1).

Em alguns  momentos, Jesus agiu mais com o espírito da mansidão do que com o sistema legalista do seu tempo, quando os acusadores apresentaram a mulher apanhada em adultério, fizeram menção da lei, pela qual ela deveria ser julgada e morta (João 8.5-11). De igual maneira a mansidão deve fluir na vida do servo de Deus, fazer com que ele tome atitude baseada na humildade, simplicidade e candura, não na soberba ou em um sistema legalista, pois existem regras que não são feitas pelo amor; antes, visam mais complicar que ajudar.

Conclusão.

O cristão deve viver em mansidão, humildade, tanto mental como na prática, isso porque o seu grande mestre, Jesus, jamais esboçou espírito de soberba, grandeza, superioridade, mas foi manso (Mateus 11.29). Devemos ser tolerantes uns para com os outros no sentido de vivermos unidos na presença de Deus.

Jesus mostrou que o seu reino não é desse mundo, e felizes não eram os que se envolviam em pelejas e motins. Ele, apesar de ser cheio de poder e coragem, sofreu as piores dores que um homem pode experimentar. Suas dores foram físicas e emocionais, mas em momento algum abriu a boca para reclamar contra o Pai e contra aqueles que o maltratavam. Portanto, evitemos as pelejas, pois somos novas criaturas (João 3.3). Sejamos mansos e humildes de coração, sempre seguindo o exemplo de nosso Salvador, procurando em tudo glorificar o nome de Deus.

A pessoa portadora de comportamento brando, necessita possuir outra virtude, que é a humildade.  Se você é ovelha de Jesus, então aprenda a ser manso e humilde (João 14.15). Vivendo dominado pelo fruto do Espírito, a mansidão, as atitudes tomadas sempre serão benéficas e espiritualmente edificantes.

E.A.G.

Subsídios: 
As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Osiel Gomes; edição novembro de 2016, páginas 122, 125-127; Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD). 
Bíblia de Estudo Palavras-Chave, Dicionário do Novo Testamento, página 2368, edição 2011, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia de Estudo Plenitude, página 1266, edição 2001, Barueri - SP (SBB).
Ensinador Cristão, ano 18, nº 69, janeiro a março de 2017, páginas 41, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD)
Lições Bíblicas - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Comentarista: Osiel Gomes. 1º trimestre de 2017, páginas 71 a 74, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD). 
Lições Bíblicas - O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. Comentarista: Antônio Gilberto. 1º trimestre de 2005, páginas 62, 64-67. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Quem é quem na Bíblia Sagrada- a história de todas as personagens da Bíblia, editado por Paul Gardner, páginas 198 e 199; 19ª reimpressão 2015, São Paulo (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito. Mansidão. Mantendo-se firme na gentileza - seis estudos para líderes, Phillys J. Le Peau, páginas 10, 21, 38, 42, 43, edição 1997, São Paulo  (Editora Vida).

domingo, 26 de fevereiro de 2017

De quem é a culpa do estupro? Do estuprador ou da vítima, pergunta Senado Federal

De quem é a culpa do estupro? Alternativas: De quem usa roupa provocativa. De quem bebe demais. De quem sai sozinha a noite. De quem não fica em casa. Do estuprador. Resposta: Do estuprador.
De quem é a culpa do estupro? Alternativas: De quem usa roupa provocativa.
De quem bebe demais. De quem sai sozinha a noite. De quem não fica em casa.
Do estuprador. Resposta: Do estuprador. 

A página de internet do Senado Federal publicou a ilustração acima, levantando a pergunta "De quem é a culpa do estupro?" A resposta, que costumamos ouvir da mídia em geral é que a vítima jamais tem qualquer parcela de culpa. 

Ouso declarar que, em muitas vezes (não afirmo que seja ato intencional) a vítima se expõe ao seu algoz, tal qual alguém que fecha os olhos para andar à beira de um precipício. Alguns caem no abismo.

E.A.G.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

A luz de Cristo brilha na escuridão

"A luz brilha na escuridão e a escuridão não conseguiu apagá-la" - João 1.5.

O propósito da encarnação de Jesus Cristo.

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela".

Evangelho de Jesus Cristo segundo João, capítulo 1, versículos 1 ao 5.

E.A.G.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Três coisas que precisamos manter em privacidade


Três coisas que devem ser mantidas em privacidade: a sua vida amorosa; a sua renda; o seu próximo passo.

Lembre-se, existe uma diferença entre privacidade e segredo. Aprenda a diferença ou sua vida será transformada no passatempo deles. Não lhes dê o privilégio de saber tudo sobre você.

Só porque não está publicado em uma mídia social não significa que não esteja progredindo. Avance silenciosamente.

Você não está competindo com ninguém.

O que interessa na sua vida é romper os seus próprios limites e se superar para viver da melhor maneira possível.

(Autoria indefinida).

E.A.G.