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terça-feira, 13 de maio de 2014

O ministério de profeta


Por Eliseu Antonio Gomes

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo" - Efésios 4.11-12.

Em 1 Corintios 12.10, Paulo escreve sobre o dom de profecia e em Efésios 4.11-12 aborda o dom ministerial de profeta. Ambos os dons envolvem dificuldades de entendimento para alguns. É equivocada e muito prejudicial a crença dos que julgam que o Espírito Santo só fala ao crente, ou revela, por meio do dom de profecias.

O Espírito Santo também interage de modo especial por intermédio daqueles que Deus deu à Igreja para cumprirem os cinco ofícios ministeriais: apóstolos; profetas; evangelistas; pastores; doutores / ou, mestres.

Jesus e os apóstolos demonstraram, por palavras e exemplos práticos, o quão é importante o ofício de profeta. A Igreja Primitiva é o modelo ideal a ser seguido pelas igrejas cristãs ao longo da História. Nas páginas neotestamentárias, observamos que tanto o dom de profecia quanto o dom ministerial de profeta têm valor essencial para o desenvolvimento espiritual salutar da igreja local. Portanto, é preciso valorizar de maneira igual, em suas especificidades, tanto os dons espirituais quanto os cinco dons ministeriais.

Profeta, ou profetiza, é a pessoa que Deus chama para ser seu porta-vos oficial, a pessoa que anuncia a mensagem divina. O ministério de profeta é importantíssimo para a Igreja de Cristo nos dias atuais.

No Antigo Testamento,  Deus não se relacionava com todos diretamente pelo Espírito. Apenas os profetas, sacerdotes e reis eram ungidos e tinham porções do Espírito Santo. O ministério de profeta era o único em favor das pessoas do ponto de vista da pregação e ensino. Por inspiração do Espírito, o profeta pregava de maneira vocal e escrita, somente ele era autorizado comunicar-se em nome de Deus.

Na Antiga Aliança, os profetas falaram para religiosos que não haviam nascido de novo, para pessoas que viviam em um sistema de adoração sacrificial, pessoas que não alcançaram o tempo da plenitude da graça divina. Os profetas estavam incubidos de entregar a mensagem que o Senhor lhes dava para anunciar e as transmitiam (Jeremias 27.4; Amós 3.7). Sofreram perseguições terríveis por trazer à nação de Israel e outros povos a mensagem divina.

No Novo Testamento, profetas foram colunas na Igreja Primitiva e puderam lidar com pessoas capazes de adorar a Deus em espírito e verdade, pessoas recriadas pelo Espírito, que experimentaram as bênçãos da Nova Aliança, época composta de uma superior promessa divina do Criador para a criatura, eles comunicaram-se com gente que possuíam acesso direto ao Pai Celestial, porque em Cristo todos somos feitos reis e sacerdotes (Hebreus 8.6, 1 Pedro 2.9, Apocalipse 5.9-10).

No período da Dispensação da Graça, apesar de o Senhor colocar o ministério quíntuplo, "visando o aperfeiçoamentos dos santos", observamos que os profetas não perderam a distinção, desempenham um importante papel de liderança juntamente com os apóstolos. Expressaram-se baseados na revelação do Antigo Testamento e no testemunho dos apóstolos, edificando e fortalecendo assim a comunidade cristã (Atos 11.27; 13.1; 1 Corintios 12.28-29; 14.3, 29; Efésios 4.11; 1 Timóteo 4.14).

Na atualidade, possuímos a Bíblia, a profecia maior, todo o crente deve ser guiado pelo Espírito Santo (Romanos 8.14). No entanto, cabe entender que o Senhor continua a levantar e a usar seus porta-vozes para revelar a sua vontade ao seu povo.

Por vocação divina, o ofício de profeta se consiste em, nos momentos necessários e tempo certo, proclamar e interpretar a Palavra de Deus com fidelidade, objetivando alertar pessoas e comunidades cristãs contra perigos, aconselhar segundo a orientação bíblica, animar a todos a manterem-se fiéis, trazer conforto aos que sofrem por meio da instrumentalização de sua pessoa através de dons espirituais e ministeriais. Mensagens proféticas são de grande valia para preparar a igreja local contra ameaças e alertar a existência de pecados que comprometem a integridade espiritual do Corpo de Cristo.

"De todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento. Nós ouvimos muitas vozes e não podemos seguir todas elas" (Gilbert Kirby, em Cristianismo Equilibrado - CPAD).

É importantíssimo ao cristão ter condições para identificar a figura do falso profeta, para não ser enganado com falsas profecias (Mateus 7.15-20). Uma das fórmulas de provar com eficácia o ministério de profeta é procurar saber se há produção de frutos bons ou ruins, se há interesse em produzir justiça. Para reconhecer o falso profeta basta analisar seu caráter, identificar a sua arrogância, ver a péssima qualidade de seus frutos. Mesmo que eles realizem milagres, a norma bíblica para julgar a procedência da mensagem é observar o estilo de vida deles, isto é, se demonstram viver de acordo com o fruto do Espírito, cuja característica encontramos em Gálatas 5.16-23.

A missão do profeta no âmbito do Novo Testamento é um chamado para falar segundo o coração de Deus. É digno de nota que existe apenas o livro de Apocalipse em caráter profético no Novo Testamento.

Assim como ocorreu no passado remoto, hoje em dia também nem sempre a mensagem que o profeta entrega é aceita. São raras as vezes que a pessoa do profeta é benquista na sociedade em que vive. Sofre a rejeição por causa do exercício exemplar de seu ministério profético.

E, nos dias atuais, o ministério profético continua a ser uma plataforma em que o profeta deve dedicar-se única e exclusivamente aos interesses do Senhor. O profeta verdadeiro não é manipulador, entrega mensagens conforme estipulado pelo Pai Celestial, não fala e não age por interesses próprios, não tenta fazer com que o conteúdo do recado a ser anunciado favoreça propósitos pessoais ou de uma coletividade ao qual pertence.

Em suma, a inclinação do profeta é sempre no sentido de edificar a Igreja de Cristo para a glória de Deus.

E.A.G.

Compilações:
Dons Espirituais & Ministerias, Elinaldo Renovato, edição 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas-professor, Elinaldo Renovato, 2º trimestre de 2014, páginas 48-53, Rio de Janeiro (CPAD).
Nos Domínios do Espírito Santo, Estêvam Ângelo de Souza, página 66, edição 1992, Rio de Janeiro (CPAD).

EBD - CPAD - 3º Trimestre de 2014: Ensino de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.

A Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) já apresentou ao público a mais nova capa da Revista Lições Bíblicas Mestre, para o terceiro trimestre de 2014. O tema das lições é: Fé e Obras - Ensino de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Os comentários serão todos de autoria do Pastor Eliezer de Lira e Silva. 

Além das capas costumeiras, a editora também oferece exemplares em capa dura, com páginas em melhor acabamento gráfico, proporcionando assim aos consumidores um modelo apropriado para guardar em prateleiras e voltar a consultar, futuramente, sempre que necessário.

Sumário:

Lição 1: Tiago — Fé que se Mostra pelas Obras
• Sobre os quatro homens com o nome Tiago no Novo Testamento
• A obra social e a (in)gratidão
Lição 2: O Propósito da Tentação
• A beleza humana e a tendência da carnalidade
• Seja mais do que vencedor
Lição 3: A Importância da Sabedoria Humilde
• A verdadeira sabedoria
Lição 4: Gerados pela Palavra da Verdade
• Igrejas construídas com palha, ou madeira, ou joias preciosas
Lição 5: O Cuidado ao Falar e a Religião Pura
• A religião verdadeira
• As vestes espirituais do cristão
Lição 6: A Verdadeira Fé não Faz Acepção de Pessoas
• Lar, doce lar cristão!
Lição 7: A Fé se Manifesta em Obras
• Uma reflexão sobre a harmonia existente entre a fé e a graça de Deus
• O Bom Samaritano e a vida eterna
Lição 8: O Cuidado com a Língua
• Ai, língua
• A sua lingua é usada como fogo destruidor ou como água?
• As três peneiras
Lição 9: A Verdadeira Sabedoria se Manifesta na Prática
• Tratável: a definição do termo em Tiago 3.17
• Conhecimento e sabedoria espiritual
Lição 10: O Perigo da Busca pela Autorrealização Humana

Lição 11: O Julgamento e a Soberania Pertencem a Deus
• Bondade e justiça de Deus no Juízo Final
• Inteligência + sabedoria = sucesso
Lição 12: Os Pecados de Omissão e de Opressão
• O que é e o que não é pecado?
Lição 13: A Atualidade dos Últimos Conselhos de Tiago


E.A.G.

domingo, 11 de maio de 2014

A doutrina de Cristo e a doutrina de homens


Novo nascimento

Muitas pessoas são religiosas motivadas pela emoção, dizem que conhecem Deus, que Deus está na vida delas, que seus espíritos são preenchidos pelo Espírito Santo. Mas observando suas vidas, não conseguimos encontrar na conduta delas a necessária obediência aos mandamentos.

Temos a impressão que o relacionamento delas com Deus é vivido como se fosse um contrato de serviço comum, em que há período de trabalho e de folga, como se acreditassem que a bênção é dada como o salário mensal, um pagamento em troca pelo esforço em período de expediente.

Essas pessoas vão à igreja no domingo e vivem o resto da semana assim como todos os seus vizinhos e colegas de trabalho que jamais participaram de um culto.

Que tristeza, não nasceram de novo! Caso tivessem nascido, se comportariam de acordo com a vontade de Deus 24 horas por dia, todos os dias dos meses de suas vidas. Prazerosamente!

A doutrina de Cristo

É preciso amar e viver plenamente a doutrina de Cristo mais do que amamos e queiramos viver segundo os usos e costumes da igreja. É necessário ensinar a doutrina de Cristo e não regras criadas por homens, porque as regras humanas não salvam ninguém, não edificam o espírito. A doutrina do Senhor é amar a Deus e amar o outro como ama a si mesmo, inclusive se o outro se comporta como inimigo mortal, fale mal de você e crie situações de dificuldades em sua vida.

Sobre negar-se a si mesmo

Seria muito fácil atender esta solicitação de Cristo se ela se tratasse apenas de imposição de usos e costumes de uma igreja evangélica. É fácil mudar o hábito de corte de cabelo, uma mulher trocar a calça pela saia comprida, deixar de usar brinco e anéis. Mas, o "negar-se a si mesmo e carregar a cruz" é morrer para o mundo (mundo no sentido de sistema de rebeldia aos mandamentos de Deus). O pedido para negar-se é: amar quem te odeia, falar bem de quem fala mal de você, perdoar 490 vezes por dia a mesma ofensa do mesmo ofensor. Isto é negar-se a si mesmo e carregar a cruz!

A liberdade e a liberalidade

Existe uma grande confusão sobre o assunto no meio cristão, porque muitos confundem a doutrina de Cristo com a doutrina denominacional. 

Os crentes confusos observam alguém que não segue as regras da sua igreja, como a mulher que se pinta, por exemplo, e logo consideram que ela é liberal e escravizada pelo inimigo, uma pecadora. Mas, onde está escrito no Novo Testamento que uma mulher que pinta o rosto é pecadora? Não há uma sentença do Senhor ordenando que ela não use maquiagem,. Então, a mulher que usa batom não está se comportando como liberal e pecadora e nem por este motivo pode ser considerada escrava do diabo, porque não desobedece ao Senhor dos senhores. 

O cristão verdadeiro é convertido à doutrina de Cristo e não à doutrina denominacional de uma igreja evangélica, mesmo que adote as regras como membro dela. Aquele que coloca regras humanas acima das determinações de Cristo não é verdadeiramente cristão, é um religioso, apenas religioso. É preciso colocar a Palavra de Deus como a mais importante palavra em nossas vidas, é Deus falando e nos orientando. Se não damos a maior importância ao que Deus nos diz, valorizando mais ao que o homem manda e fala, não amamos realmente ao Senhor e fazemos de homens os nossos senhores! 

Observação: Respeito cristãos que seguem a doutrina denominacional da igreja que escolheu congregar e servir a Deus. Aponto ao erro de troca de valores, quando se coloca a doutrina da igreja como mais importante que a doutrina de Cristo.

E.A.G.

sábado, 10 de maio de 2014

Mães cristãs

O que a Bíblia diz sobre mães cristãs? 

A Bíblia não afirma que toda mulher deve ser mãe. No entanto, diz que aquelas que o Senhor abençoa a ser mães devem assumir a responsabilidade seriamente, pois é um papel importantíssimo que o Senhor dá às mulheres, fundamental na vida de seus filhos.

As crianças são presentes do Senhor, são seres humanos frágeis que merecem receber ternamente apoio verbal constante, a amizade dos adultos (Salmos 127.3-5).

A maternidade não é tarefa fácil e nem sempre tarefa agradável. A mulher cristã sabe que é primordial manter a presença na vida dos filhos, ter dedicação plena desde o período da gravidez até a fase adulta, quando eles tornam-se cidadãos independentes.

No texto de Tito 2.4 encontramos a recomendação bíblica para que as mães amem seus filhos. No original grego encontramos a palavra "philoteknos" ao verbo amar, que significa um tipo de amor especial, o "amor de mãe". A palavra carrega a ideia da mãe amorosa com seus filhos, aquela que estabelece uma convivência em que há carinho com a criança, abraçando-a, alimentando-a em horas regradas, disponibilizando muito cuidado em todas as suas necessidades, proporcionando um ambiente de liberdade com responsabilidade. 

A Bíblia Sagrada traz outras orientações sobre o exercício da maternidade: 

A mãe cristã é exemplo de integridade, é modelo de comportamento correto, pratica o que ensina,  dando aos seus filhos a oportunidade de observar dentro do lar o exemplo da vida em piedade (Deuteronômio 4.9, 15, 23; Salmo 37.18, 37; Provérbios 10.9; 11.3;  2 Timóteo 1.7, Efésios 4.29-32; 5.1-2; Gálatas 5.22; 1 Pedro 3.8-9).

A mãe, e o pai também, precisa manter o máximo de disponibilidade à vida dos filhos, estar junto deles durante a fase do desenvolvimento físico e psicológico, para ensiná-los sobre a vontade do Senhor.

É preciso educar a criança segundo a doutrina bíblica, com firmeza e afetuosidade, com conversa e interatividade, transmitir a ela o temor do Senhor sem provocar nela sentimentos negativos (Deuteronômio 6.6-7; Provérbios 13.24; 19.18; 22.15; 23.13-14; 29.15-17; Efésios 6.4; Hebreus 12.5-11).

É necessário apresentar à criança a cosmovisão bíblica, fazê-las ver suas habilidades naturais e auxiliá-las a desenvolver e entender que seus talentos natos podem ser usados como ferramentas à Obra do Senhor. Também, informá-las sobre a disponibilidade de dons espirituais, que elas podem ter acesso após o batismo no Espírito Santo, para que por meio deles tenham a capacidade de abençoar os irmãos em Cristo de maneira sobrenatural (Deuteronômio 4.10;  Salmos 78.5-6; Provérbios 22.6; Romanos 12.3-8; 1 Coríntios 12).

Um dia, aquele filho, ou filha, que foi docemente embalado nos braços, cercado de atenção, entra na fase da juventude e da adolescência, depois, amadurece e torna-se um cidadão, ou cidadã, independente e sem ligação com o "cordão umbilical", transformando-se também em uma pessoa que gerou outra pessoa. Nesta fase, a mãe cristã já pode dar-se à licença de descansar dos cuidados básicos, mas jamais poderá esquecer-se que o dever de demonstrar afeto e encorajamento maternos nunca cessa.

E.A.G.

Texto adaptado do artigo What does the Bible say about Christian mothers?, publicado em Got Questions ? Org