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sábado, 17 de julho de 2010

Eclesiastes 11.1 - O que quer dizer lançar o pão sobre as águas?

"Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás" - Eclesiastes 11.1.

Um internauta pergunta: o que quer dizer a figura de linguagem existente nesta passagem bíblica?
Para responder, primeiro é necessário levar em conta que Eclesiastes é uma leitura singular, todos os versículos contidos no livro necessitam ser analisados tendo em vista do primeiro ao último capítulo. A sabedoria nele expressada é tremendamente profunda. O escritor desafia diversas filosofias da vida, revela a conduta do ser humano no mundo pecaminoso sem as camadas de verniz. Procura o sentido da existência humana, além de focar os dilemas traz no final as soluções de todos eles.
Há duas correntes quanto a autoria do livro. A tradição mais aceita considera que o autor de Eclesiastes seja Salomão, outra, afirma que o autor tenha sido uma pessoa anônima, um líder da assembleia que escreveu usando o recurso didático pela perspectiva de um monarca.
O escritor do livro Eclesiastes é abrangente
“Lança o teu pão sobre as águas” (11.1); “reparta o que você tem” (11.2); não tenha medo de arriscar, o homem cujas ações são determinadas pelo futuro incerto nunca começará e nem terminará nada; (11.4); o surgimento de um novo ser na barriga de uma mãe é algo maravilhoso e você não pode entender como começa uma nova vida (11.5); se a pessoa não semear no tempo apropriado, ela não pode ter certeza se prosperará ou não, se ela seguir as leis da natureza e as condições forem normais, poderá ser abençoada com a prosperidade e isso é algo com que se pode contar (11.6 a); “pela manhã semeia a tua semente, e a tarde não retires a tua mão”, não seja preguiçoso (11.6 b); “certamente suave é a tua luz e agradável é aos olhos ver o sol” (11.7); “alegra-te … anda pelos caminhos do teu coração” (11.9) e “lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade” (12.1).
Os pais e seus filhos de vinte e poucos anos
Nem sempre é fácil relacionar-se com os jovens. Eclesiastes 11 pode ser muito bem aproveitado pelos pais ao aconselharem os seus filhos que já estão no período da adolescência e perto dos primeiros passos para a vida independente. As últimas partes de Eclesiastes dão voz a algumas das preocupações comuns entre os pais de hoje, e também mostram que o início da vida adulta é muito mais do que obter estabilidade financeira.
Mesmo que a parte de educação pareça uma missão cumprida depois que os filhos crescem, o relacionamento familiar continua por toda a vida, pois o relacionamento pais / filhos perdura como família. Os pais precisam auxiliar os jovens a exercitarem sua independência e assumir todas as responsabilidades com sabedoria, enquanto eles não se casarem e constituírem suas famílias.
Lance o teu pão sobre as águas, corra riscos (11.1)

O significado desta recomendação não é totalmente claro, mas com toda a certeza não diz para que se jogue pão fora. É uma expressão metafórica que teria sido extraída do comércio marítimo de cereais em uma cidade portuária.
Nestes versículos o escritor concluiu que a vida envolve tantos riscos como oportunidades. Pelo fato de a vida não oferecer garantias, devemos estar preparados, a fim de aproveitarmos as boas oportunidades. Demonstrou não aprovar atitudes mesquinhas e despreparadas.
Temos três interpretações a apresentar, e compreendemos que todas elas são perfeitamente aplicáveis ao viver cristão. Elas não se chocam, ao contrário, se complementam.

• Primeira interpretação:

Lançar o pão sobre as águas é uma frase muito usada para animar a obra missionária de além-mar. Trata-se pois do “pão da vida”.
Reparte-o com sete (11.2). A obra missionária deve ser levada adiante, como Cristo determinou: "ide e fazei discípulos de todas as nações". Quando o missionário evangeliza, reparte o pão com a alma faminta. Ao evangelizar, com o passar do tempo os seus discípulos também se tornam mestres. O ciclo natural do compartilhamento da Palavra de Deus é o crescimento, o compartilhamento do conteúdo bíblico. Dessa forma o Evangelho se expande, diuturnamente, ao redor do mundo.
• Segunda interpretação:
Um provérbio árabe utiliza a expressão “lança o teu pão sobre as águas” com o sentido “dê seu pão com generosidade”, “pratique o bem”, “ seja como os que aceitam os riscos e colhem os benefícios do comércio marítimo”. E a partir daí, alguns intérpretes concluem que também o verso é um convite para realizar boas obras, já que estas não ficarão sem recompensa. Sugere a não ter medo de ser generosos (Provérbios 11.24).
Ao se fazer benefícios exercendo misericórdia, não devemos esperar recuperar o nosso "pão", como um rendimento de boa obra. Deus a seu tempo ("depois de muitos dias") recompensará, pois Ele é quem reparte seu pão com o faminto.
Reparte-o com sete (11.2). O escritor ensina: seja generoso enquanto tem sua porção em abundância; infortúnios imprevisíveis poderão deixá-lo dependente da generosidade alheia. Não devemos esperar que, aquele que foi beneficiado pelo nosso amor, nos pague oportunamente. Deus, contudo nos há de suscitar um benfeitor quando o necessitamos. Os que por nós foram contemplados, no dia do juízo darão testemunho em nosso favor (Atos 14.13; Mateus 25.40).
• Terceira interpretação:
Outros veêm a ilustração dessa passagem bíblica, que alude às exportações via comércio marítimo, como aconselhamento referente a perspectiva de sucesso em empreendimento comercial ousado, um incentivo a empregar o dinheiro em bons negócios. A recomendação para enviar o pão pelo oceano seria uma referência ao "pão" como resultado do trabalho da pessoa, isto é, o seu dinheiro, o resultado do próprio esforço do empreendedor.
Apesar da operação de exportação pelo mar ser um investimento de alto risco, traz, definitivamente, grandes benefícios. O simples fato de a vida ser incerta não significa que não há o que fazer. Embora o mundo seja incerto, e os seres humanos não possam controlar os acontecimentos, continua sendo melhor agir do que ficar paralisado de medo sem fazer nada. Precisamos de um espírito confiante e corajoso para enfrentar os riscos e as oportunidades com entusiasmo e fé direcionados por Deus.
Reparte-o com sete (11.2). O mundo não é lugar seguro, e as pessoas não têm controle sobre o que acontece ao seu redor. Não sabemos que mal sobrevirá à terra.

A vida é um risco após outro. É sábio diversificar os investimentos, evitar empatar tudo que temos em um só negócio, pois ninguém sabe que calamidades pode acometer certo empreendimento.

Aplique seu dinheiro e talento em vários lugares. O sábio aconselha a diversificação na aplicação do capital, porque falhando um deles, os demais ainda terão a oportunidade de ser bem-sucedidos.


No lugar em que cair ali ficará (11.3)

O verso 3 pode ser aplicado à morte, que decide a sorte eterna, depois dela não há possibilidade de mudar o destino (Marcos 16.16; Lucas 16.20-31).

O escritor de Eclesiastes admoesta a estar sempre precavido, pois não havendo condições de fazer socorro em tempo, posteriormente o mal poderá ser irreparável.
Não brinquemos com as possibilidades remotas nem com o que possa vir a acontecer. A prudência recomenda agir onde podemos, reconhecer nosso papel, ou nosso conhecimento, que tem suas limitações. Sempre levando em consideração que muitos acontecimentos da vida têm caráter decisivo e inevitável.

Quem somente observa as circunstâncias nunca se realizará (11.4)
Há o perigo de ser excessivamente cauteloso devido à imprevisibilidade da natureza.

Esperar as condições perfeitas indica falta de iniciativa. Esta compreensão prática também é aplicável à nossa vida espiritual. Se esperarmos a ocasião e o local perfeitos para ler a Bíblia, nunca começaremos a leitura; para ter o ministério perfeito, nunca serviremos.

Em todas as esferas da vida, profissional, familiar e espiritual, devemos dar os nossos passos em direção ao crescimento. Não devemos aguardar condições que provavelmente jamais existirão!
Conclusão
O capítulo 11 de Eclesiastes é um conselho valioso, cuja síntese é: aproveite sua juventude e lembre-se de Deus em todas as etapas da sua vida.

As últimas partes do capítulo são as palavras de um homem maduro e sábio, ele olha para uma vida que estava longe da satisfação. Entendemos que quanto menos a pessoa amadurecida deixa-se paralisar diante de suas preocupações, melhor será para ela. E quanto mais os jovens de vinte e poucos anos prestarem atenção a elas, será melhor para eles. Os jovens precisam analisar com cuidado a escolha da profissão, saber o valor da poupança, reconhecer a necessidade de trabalhar com afinco e além disso manter seu coração consagrado a Deus.

E.A.G.
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O artigo está liberado para uso, desde que citados o nome do autor e o link (HTML) do blog Belverede.

Notas consultadas: Bíblia de Estudo da Mulher (Editora Atos), Bíblia de Estudo Vida (Editora Vida), Bíblia de Estudo NVI (Editora Vida), Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (CPAD), Bíblia de Estudo Dake (CPAD / Hagnus), Bíblia Devocional de Estudos (Fecomex), Bíblia de Estudo NTLH (SBB), A Bíblia Anotada Expandida Charles C. Ryrie (Editora Mundo Cristão), Bíblia Almeida Século 21 (Editora Vida Nova / Hagnus), Bíblia Vida Nova (Edições Vida Nova).

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A JUVENTUDE CRISTÃ EVANGÉLICA VAI ÀS UNIVERSIDADES


Alguns afirmam que as Escrituras Sagradas não respondem às inquietações do homem moderno/pós-moderno, não faz o menor sentido para o jovem estudante universitário. Dizer para eles, por exemplo, que Jesus morreu para salvá-lo não faria o menor sentido.

Essa noção da pós modernidade é muito triste! E graças a Deus, descrever os jovens da vida moderna assim é um equívoco de generalização.

Talvez, você conheça jovens assim, sem fé, gentes cheias de religiosidade e intelectualidade, mas vazios de espiritualidade. Pode ser que eles estejam em seu círculo social, mas o comportamento deles não é igual ao da juventude em outros lugares. Eles não representam a todos.

Conheço jovens cristãos universitários, são muito avivados. Trabalham, estudam a noite, e nos finais de semana saem para evangelizar e são ativos cantando e dando aulas para a criançada na igreja. Vejo-a ler a Bíblia... Vejo-a de joelhos pela noite, vejo-a jejuar... Alguns pessimistas poderão dizer: “Ah... vai esfriar na fé”. Saiba, o tempo do curso de muitos deles já está terminando e continuam firmes e fortes.

Pessoas cristãs esfriando na fé, desmotivadas, sempre existiram no seio da Igreja. Podemos encontrá-las descritas nas cartas Aos Colossenses, Aos Gálatas, 1ª, 2ª, 3ª João. Eles são o que o Novo Testamento classifica como crentes carnais. Dentre eles, o mais famoso é Demas (2ª Timóteo 4.10). Mas, na geração de Demas também existiram jovens avivados, dentre os quais o mais destacado foi Timóteo.

Que nesta geração Cristo seja o centro de viver dessa juventude, e que a filosofia antropocêntrica não encontre guarida em seus corações. Oremos por eles.

E.A.G.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A TEOLOGIA CHEIA DE POLÊMICAS DE RUDOLF BULTMANN



Com todo respeito ao trabalho de Rudolf Bultmann


Bultmann (1884-1976) foi um professor luterano, que lecionou na Universidade Marburg, na Alemanha. Fez uma tentativa de descobrir o Jesus histórico nos relatos dos Evangelhos. Ele afirmou que o Jesus histórico foi encoberto pelos mitos contidos nas cartas do apóstolo Paulo e adições da Igreja nos Evangelhos. Após seis anos de pesquisas, concluiu que seu trabalho era infrutífero porque os Evangelhos estavam repletos de lendas. Mas, disse também que podemos encontrar um significado em nossas vidas através da fé em Cristo.

Bultmann, como teólogo luterano, em suas palestras e escritos, nunca alcançou unânimidade entre os cristãos luteranos alemães e nem entre a cristandade de outras denominações protestantes, em seu país ou fora dele. Foi autor de obras bastante criticadas. Ele escreveu em 1941 uma monografia altamente controversa (Das Evangelium des Johannes) onde criticava duramente o Evangelho de João.

Faleceu muito doente, cego, em 1976, deixando uma Alemanha ocidental sem fé. Parece que nada produziu de positivo aos seus concidadãos, pois muitos templos protestantes naquele país estão fechados, se transformaram em salões de festa e casas noturnas.


O que eu li de Bultmann

Embora na minha biblioteca hajam muitos livros, eu nunca comprei se quer um livro de Bultmann. Por quê? Nesta geração, ele é um teólogo que caiu em descrédito no meio acadêmico cristão. Isso aconteceu tão logo a sua hermenêutica do programa de desmitologização foi traduzido ao inglês. Os seus escritos têm valor nos seminários, mas apenas para efeito de consulta no campo histórico e não dirigido ao ensino teológico que é aceito sem reservas. São consultas críticas, jamais de adesão às ideias dele.


As coisas que eu li dele foram na internet. As leituras só fizeram com que eu não me interessasse em comprar o que escreveu. Por exemplo, no livro Jesus Christ and Mythology encontramos o seguinte sobre a sua concepção da leitura da Bíblia:


"Para o homem moderno a concepção mitológica do mundo, da redenção e do Redentor são feitos com as concepções da escatologia. É possível esperar que vamos fazer um sacrifício do entendimento, intellectus sacrificium, a fim de aceitar o que não podemos sinceramente considerar verdade simplesmente - porque tais concepções são sugeridas pela Bíblia? (...) Em outras palavras, basta ler as partes da Bíblia que não ofender sua sensibilidade moderna, e ignorar o resto".

Num trecho tão pequeno, quantos absurdos! Para ele a fé é praticamanente ignorada, a experiência com o ensino do Espírito Santo é praticamente extinta!


Para Bultmann, Jesus reiterpretou a Lei de Moisés

Jesus não reinterpretou a Torah. Ele a interpretou corretamente. Ele foi contra os líderes, que faziam interpretações erradas. Quando Jesus disse "ouviste o que foi dito, eu vos digo...", falava sobre o que era ensinado pelos escribas e fariseus, que em muitos assuntos impunham aos judeus a Lei de forma errada, objetivando tirar proveito pessoal. Exemplos: sobre o corbã e sobre o sábado.

Um dos equívocos de Bultmann: O Sermão do Monte é a reinterpretação da Lei de Moisés


O Sermão do Monte (Mateus, capítulo 5 ao 7) mostra o resumo da doutrina de Jesus Cristo. As falas não são uma reinterpretação da Lei de Moisés, são a apresentação do Evangelho da Graça.


No Sermão do Monte, Jesus Cristo coloca a Lei de Moisés e a doutrina do Evangelho em paralelo e mostra a diferença da Dispensação da Lei e da Dispensação da Graça.

Jesus não fez interpretações novas da Lei, porque não a mudou. Ele incorporou partes do código mosaico ao cristianismo, porém, tocando na alma dos seres humanos, observando as intenções erradas de cada coração, afirmando que o pecado está dentro do coração do homem, dizendo que projetar mentalmente o pecado já é um pecado, mesmo antes que os pensamentos sejam consumados, ou jamais consumados.

Em suma, enquanto a Lei tratava apenas do exterior, a Lei de Cristo foca o interior do ser humano. Jesus não fez reinterpretação da Lei de Moisés, apenas colocou a distinção entre ela e o cristianismo.


Vejamos dois trechos:


“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno” - Mateus 5:21-22.

Matar continua sendo pecado, como a Lei de Moisés afirma, porém, Jesus deixou claro que apenas aborrecer o próximo e dar margem para a raiva já é considerado por Ele o mesmo que assassinato.


“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” - Mateus 5:27-28


O ato da conjunção carnal entre pessoas que não tenham o compromisso do enlace matrimonial entre si, mas com outras, continua sendo pecado de adultério, conforme ensinado por Moisés. Porém, no cristianismo, o pensamento da lascívia, cobiçando uma pessoa casada com outra, já é considerado adultério.

Bultmann e a ressurreição

No livro A Teologia do Novo Testamento, o teológo usa um termo condenável, afirma que a ressurreição de Jesus é lendária, demonstrando não acreditar na ressurreição física de Cristo. "E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé" - 1ª Coríntios 15.14.

Conclusão

Em Jesus Cristo e a Mitologia, Bultmann é grosseiro com os cristãos que creêm no poder de Deus, nas experiências vinda da esfera sobrenatural. Ele escreveu que tais crentes são seres com mentes primitivas. Diz que seus livros são obras dirigidas para pessoas modernas, objetivando que por meio de seus escritos todos possam ler a Bíblia com mais facilidade. Segundo ele, o espelho do homem não são as Escrituras Sagradas. O retrato do raça humana é encontrado na literatura de Thomas Mann, Graham Greene, Ernest Hamingway e até nas peças de Jean-Paul Sartre.

É por coisas assim que fica fácil entender porque Rudolf Bulltmann não entrou para a história como um teólogo conceituado.

E.A.G.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

As funções sociais e políticas das profecias - o papel da Igreja na sociedade em que está inserida

Vigilância: é preciso vigiar sempre.

Alerta! 2010 é ano eleitoral!

Sobre políticos cristãos. 

"O nosso Deus é fogo consumidor" - Hebreus 12.29.

Consideremos o ditado popular "onde há fumaça há fogo."

Uma ilustração: entre os bombeiros existe uma estratégia para combater incêndios nas matas, quando o fogo se propaga com intensidade e se move incontrolavelmente. Em grupos organizados, eles vão alguns quilômetros distantes das chamas, na direção em que o vento dirige o fogaréu descontrolado e fazem uma queimada controlada. 

As chamas sob controle de bombeiros eliminam o material combustível. Quando o fogo descontrolado chega naquele local não encontra nenhuma matéria para combustão, apenas um espaço vazio, e é apagado (consumido!) por não haver mais ali o que queimar.

Comparo o fogo descontrolado com matérias negativas que surgem na mídia e com os boatos de pessoas que se ocupam em falar da vida alheia. Devemos lembrar que nem tudo o que parece é... Nem todo acusado é culpado... Não devemos nos esquecer que Deus não olha às aparências.

Na Bíblia está escrito: "A língua é fogo... ela é posta em chamas pelo inferno" - Tiago 3.6.

Costumo dizer que o fogo controlado é Deus, me baseio em Hebreus 12.29.

É preciso considerar seriamente que as revistas e jornais promotores de acusações contra evangélicos surgem de mídias seculares, são órgãos de imprensa muito notórios por demonstrar preconceito religioso contra os evangélicos. Possuem históricos que mostram posicionamentos de inimigos não-declarados de cristãos. Batem forte no período pré-eleitoral e assopram quando a eleição acaba.

Respeito o modo de pensar de todos os que pensam diferente de mim. E sugiro a todos que coloquem Deus (fogo controlado) nas suas ponderações, sempre que a emissora de televisão da Rede Globo, ou revistas Veja e Época aparecerem acusando algum nosso irmão em Cristo que estiver envolvido, ativamente, com a política partidária.

Sejamos simples como as pombas e prudentes como as serpentes (Mateus 10.16), não podemos dar vez aos maldizentes, precisamos nos negar a ser "boca" para quem quer prejudicar nossos irmãos de fé.

"Com muita paciência pode-se convencer a autoridade, e a língua branda quebra até ossos" - Provérbios 25.15 9 (NVI).

Cuidado: estamos em ano eleitoral e alguns órgãos de imprensa sempre agem nestas ocasiões, objetivando manipular os eleitores a não votarem em políticos cristãos.


Atualizado em 17 de junho de 2021, às 05h17. Imagem e texto.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O que a Bíblia fala sobre anjos, arcanjos, querubins e serafins

Não existe uma exposição bíblica específica sobre angeologia. Toda abordagem sobre este tema é em forma de estudo sistemático, com uso de paralelismo hermenêutico de tópicos, ou seja, através da interpretação de textos paralelos.

Na figura ao lado, o anjo anuncia aos pastores o nascimento de Jesus Cristo. Diferente do imaginário popular retratado nesta imagem, na Bíblia Sagrada não existe o relato da existência de anjos na faixa-etária infantil.

Os anjos seguem ordens hierárquicas (Colossenses 1.16)


Deus se mantém no céu, é o Soberano, o Criador de todas as coisas.

Na questão dos anjos, está revelado que eles foram criados antes do mundo que conhecemos e vivemos, eles são em número incontável e que existe entre eles uma hierarquia estabelecida por Deus (Jó 38.6-7; Hebreus 12.22).

As classes conhecidas de anjos seguem o plano divino de autoridade. A classificação é: arcanjos, querubins e serafins.

Segundo Colossenses 1.16 e 1ª Pedro 3.22, a organização angelical segue uma hierarquia distinta em cinco principais representações: tronos (thrónoi); domínios (kyrioótetes); principados (arkai); potestades (exousiai) e poderes (dynámeis). Essa classificação refere-se à esfera do governo, com a finalidade de distingui-los dos demais anjos que somam exércitos e atuam diante de Deus, do Universo e do ser humano, em particular.

Na organização dos anjos, a Bíblia fala mais: primeiros príncipes (Daniel 10.13); anjos da guarda de todos e de crianças (Hebreus 1.14; Mateus 18.10); e, anjos eleitos (1ª Timóteo 5.21).

O princípio de autoridade que Deus criou sofreu uma tentativa de rebelião, por parte de Satanás, diante do fracasso o mesmo foi precipitado do céu (Ezequiel 28.1).

• Os anjos Miguel e Gabriel

Entre os anjos, apenas dois são citados nominalmente, Gabriel e Miguel. O fato de haver a revelação apenas de dois nomes não dá margem para crer que os outros anjos não tenham os seus.

Os anjos têm intelecto, emoções e vontade, ou seja, uma personalidade, um indício de que cada um deles tenham nomes próprios (1ª Pedro 1.12; Lucas 2.13; Judas 6).

Gabriel significa poderoso, herói de Deus. E Miguel é uma variante de Miqueias e Micaías, e significa “quem é como Deus?”. Não nos é revelado o porquê deste significado, mas ponderamos que seja em oposição às disposições hostis de Satanás, que tentou ser igual a Deus (Isaías 14.14).

Miguel é descrito como arcanjo, o anjo patrono e guardião do povo de Israel, que lutou contra o diabo (Daniel 10.13, 21; 12.1; Judas 9; Apocalipse 12.7).

Na Bíblia, Gabriel não tem classificação definida. Não temos a informação que ele seja um arcanjo, querubim ou serafim. Foi portador de mensagens muito especiais (Daniel 8.16; 9.21; Lucas 1.19, 26). Porém, no livro de Tobias, um apócrifo, ele está arrolado como um dos sete arcanjos que estão na presença de Deus.

• Arcanjos

O termo “arch” quer dizer “sumo”, “chefe”. Trata-se de uma categoria de anjos que exercem função superior aos demais, a expressão designa algum poder altíssimo. Em todo o Novo Testamento, ele aparece apenas em Judas 9 e 1ª Tessalonicenses 4.16.

Existe uma corrente de estudiosos da Bíblia que alegam haver apenas um arcanjo, que é Miguel. Mas, embora haja apenas uma citação bíblica, o contexto das Escrituras dá a entender que hajam outros.

No dia do arrebatamento o Senhor será acompanhado dos arcanjos: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus” - 1ª Tessalonicenses 4.16. Se houvesse apenas um arcanjo, a preposição viria articulada “do” arcanjo, porém a preposição é “de”, passando a ideia que haja mais de um. Pode-se observar isso no idioma original.

Os “principados” (Colossenses 1.16), para os escritos pós bíblicos são tipos de arcanjos. As explicações judaicas dadas sobre este tema indicam que tais anjos têm sob suas ordens, vasto número de seres angelicais. Naturalmente, todos estão sujeitos a Deus.

No livro de Daniel, Miguel é citado como “um dos primeiros” e mencionado por Gabriel (10.13, 21). Na carta de Judas, ele é citado para disputar o corpo de Moisés (versículo 9), em Apocalipse ele aparece acompanhado de outros anjos lutando contra Satanás (12.7).

O livro de Enoque, apócrifo, dá o nome de sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Segundo é dito ali, a cada um deles Deus entregou uma província sobre a qual reina. Os livros apócrifos não são considerados inspirados pelo Espírito Santo.

• Os querubins

O vocábulo querubim ou querubins, acha-se pela primeira vez em Gênesis 3.24. Tem raiz no verbo “querub”, que significa “guardar”, “cobrir”, “proteger” e, também, “celestial”. A palavra “querubim” não ocorre no grego secular; é uma transliteração do hebraico, ou aramaico, e daí a variedade de terminação no plural.

Eles representam a classe dos adoradores, tanto pela função quanto pela aparência de animais. São associados ao trono de Deus e mencionados tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Cogita-se que o Criador honre a criação animal por intermédio deles.

No Salmo 18.6-10, Davi escreveu em seu cântico que angustiado clamou ao Senhor e Ele desceu cavalgando sobre um querubim e voou, deslizando sobre as asas do vento.

Os querubins constituem uma ordem muito elevada entre os anjos. Eles exercem a função de guardiões. Quando o homem pecou, o Senhor fechou o jardim do Éden, e, para protegê-lo, pôs um querubim e uma espada flamejante ao oriente e ocidente (Gênesis 3.24).

Sem nenhuma conotação com a idolatria, Deus ordenou que se pusessem na tampa da arca da aliança, o propiciatório, estátuas de dois querubins feitas em ouro, voltadas uma de frente para a outra (Êxodo 25.17-18; 2º Reis 19.15; Salmo 80.1). Não era para idolatrá-los, apenas o sumo sacerdote, uma vez ao ano, entrava no local onde a arca estava para fazer o cerimonial de expiação pelo povo.

Salomão também usou a figura de dois querubins de madeira, revestidos de ouro, como ornamento na construção do templo (1º Reis 6.23-28).

Os querubins têm definições de aspectos variados. Podem ter rosto de águia, de touro e de homem. Às vezes aparecem descritos como “cheios de olhos”, com quatro asas e em outras com seis (Ezequiel 10; 16; Apocalipse 4.8). Em outra situação, têm a aparência dos serafins (Ezequiel 1.10; Isaías 6.2; Apocalipse 4.7).

O profeta Ezequiel descreve as plantas dos pés dos querubins como de uma bezerra, têm quatro cabeças, sendo que seus pés seguem em direção para onde suas cabeças olham (1.7; 10.11-12). O profeta ainda revela que rodas são movidas pela força desses anjos (10.16-17).

A expressão “zoon”, encontrada no livro de Apocalipse (4.6-11) significa “o que vive”. Diferente de “therion”, que significa “uma fera”. Os querubins não devem ser considerados animais, e, sim, criaturas viventes.

Antes de sua queda, Satanás era um querubim ungido (Ezequiel 28.14,16). Andava no meio de pedras afogueadas (Ezequiel 28.13,14). Como os outros querubins, Satanás é representado na Bíblia pela figura de animais: a serpente no jardim do Éden, e nos livros de Isaías e Apocalipse como um mitológico grande lagarto, um dragão (Gênesis 3.1-6; Isaías 27.1; Apocalipse 12.9; 20.2).


Descobertas arqueológicas na Palestina têm trazido alguma luz às representações antigas dos querubins. Em Samaria, painéis de marfim apresentam uma figura composta com um rosto humano, corpo de animal quadrúpede, e duas asas elaboradas e vistosas.

• Os serafins

O vocábulo “serafim” deve vir da raiz hebraica “sarafh”, cuja raiz primitiva queria dizer “consumir com fogo”. Hebraístas a traduzem como “queimadores”, “ardentes”, “brilhantes”, “refulgentes”, “amor”, “nobres”.

Apenas na chamada ministerial de Isaías é que encontramos os serafins destacados. Segundo a visão do profeta, eles são agentes de purificação pelo fogo, têm forma humana, apesar de possuírem seis asas. Veja: Isaías 6.1-7.

Na classe dos anjos, os serafins desempenham função no coro celestial, entoando “Santo, Santo, Santo”, incessantemente. Intérpretes bíblicos afirmam que o louvor seja dirigido ao Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, à Trindade, considerando o “nós”, encontrado em Isaías 6.8.

Eles são a classe que menos está mencionada na Bíblia.


E.A.G.

A inspiração divina e a autoridade da Bíblia
A criação dos anjos e a doutrina da predestinação
Anjos, mensageiros de Deus
Aprendei a parábola da figueira
As setenta semanas de Daniel
Na hora da raiva a regressão ao baixo nível da carnalidade reaparece em sua reação?
Maria, mãe de Jesus: uma mulher humilde
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O texto está liberado para cópias, desde que citados o nome do autor e o link (URL) do blog Belverede.

Artigo escrito com a intenção de auxiliar nas lições da revista Lições da Palavra de Deus - Anjos; Mensageiros de Deus, cujo comentarista é o Pr. Walter Brunelli (Editora Central Gospel).


Consultas: Novo Dicionário da Bíblia (Edições Vida Nova); Os Anjos - Sua Natureza e Ofício (Severino Pedro da Silva - CPAD); Bíblia de Estudo Almeida (notas e dicionário - 1ª edição - SBB); A Bíblia Anotada Expandida, de Charles C. Ryrie (apêndice Um Resumo da Doutrina Bíblia, páginas 1287 e 1288, 1ª impressão - 2007 - Editora Mundo Cristão).