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Arquivo | 14 anos de postagens

sábado, 5 de julho de 2008

HAKANI – A PEQUENA INDÍGENA BRASILEIRA ENTERRADA VIDA (QUE NÃO MORREU)

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“E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as"
Efésio 5.11.


De que lado você está?

JOCUM (VIDA) X FUNAI (MORTE)

FUNAI TENTA INVIABILIZAR DIFUSÃO DE FILME DA JOCUM

Por Leonel Rocha

O filme integra campanha de combate à prática de infanticídio entre tribos da Amazônia. Para a entidade, produção generaliza tradições de forma inadequada.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) estuda qual instrumento jurídico vai utilizar para impedir, na Justiça, a divulgação do filme Hakani pela internet e emissoras de televisão brasileiras. Com 36 minutos de duração, o misto de documentário e drama conta a história de duas crianças indígenas enterradas vivas por terem nascido com deficiências físicas e faz parte da campanha contra o infanticídio nas tribos da Amazônia. O ritual ainda é praticado por várias tribos, inclusive os Suruwaha, etnia que vive às margens do Rio Purus, no Amazonas, onde a história do filme se passa. Era nessa aldeia que vivia a menina Hakani. “A Funai está tomando providências para que o vídeo seja retirado do site YouTube, pois entende que o conteúdo denigre a imagem das mais de 220 etnias que vivem no Brasil”, diz a nota da instituição.

Hakani é o nome da menina que nasceu com hipertiroidismo e, por não ter o desenvolvimento físico esperado pela tribo, foi enterrada viva, mas salva pelo irmão mais velho. Depois de abandonada pela família, a criança foi adotada pelo casal de lingüistas Marcia e Edison Suzuki. A menina, que completa 13 anos na próxima segunda-feira, vive e estuda em Brasília. Com versões em português e em inglês, o filme relata, com pequenas adaptações, a história de Hakani e pode ser assistido no site www.hakani.org, criado para ser a principal peça da campanha contra o infanticídio entre indígenas. A história da pequena índia foi revelada pelo Correio no ano passado.

A Funai considerou “escusa” a origem do filme e teme a generalização inadequada de uma tradição indígena. A fundação admite acionar a Polícia Federal para investigar a legalidade da realização do trabalho. Encarregada pela tutela dos indígenas brasileiros, a direção da entidade entende que a questão abordada pelo vídeo precisa ser tratada em uma ampla discussão sobre os direitos humanos universais e a relatividade cultural deles, envolvendo governo, organizações indígenas e a sociedade em geral. A Funai conhece a pratica, mas garante que não é comum a todas as etinias e, mesmo entre as que ainda a adotam, já há alternativas de adoção das crianças doentes por outras famílias para evitar as mortes.

Interferência
Com cenas consideradas exageradamente fortes e até criminosas por antropólogos, o filme foi produzido pela organização não-governamental (ONG) Atini — palavra que significa voz pela vida — e financiado pela instituição evangélica [ * ]Jovens com um ideal (Jocum), que tem sede nos Estados Unidos e vários escritórios no Brasil. A instituição se especializou na evangelização dos índios e no resgate de crianças marcadas para morrer nas tribos por serem portadoras de necessidades especiais.

O ex-presidente da Funai Mercio Pereira Gomes pediu a interferência da PF, do Ministério da Justiça e até do Supremo Tribunal Federal para impedir a divulgação do filme. “A encenação é criminosa. Os autores têm que ser processados e os demais responsáveis punidos rigorosamente”, protestou Mercio.

Além das cenas na suposta aldeia Suruwaha, o documentário mostra depoimentos do juiz Renato Mimessi, de Rondônia, defendendo a campanha. Também aparece nas cenas o deputado Francisco Praciano (PT-AM), declarando, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos, que a Constituição brasileira não foi feita para índios. O congressista reclamou. Segundo ele, a campanha agride a cultura indígena. “A prática indígena assusta o homem das cidades. Mas também assusta a interferência de entidades religiosas que querem alterar a cultura dos povos indígenas, criminalizando uma prática que ainda não sabemos entender”, protestou.

Megaprodução
Com produção digna dos grandes filmes de ficção e dirigido pelo cineasta americano David Cunningham (A última das guerras), o documentário informa que se trata de “uma história verídica”. Foi rodado em janeiro em uma fazenda da [ * ]Jocum, nos arredores de Porto Velho (RO), com a participação de índios de várias etnias que vivem fora das aldeias e trabalharam como atores. Em algumas tomadas, foi utilizado até um helicóptero para simular uma ventania. Para filmar o enterro das crianças ainda vivas, a produção utilizou um imenso bolo de chocolate para simular a cova. Com roteiro de Kevin Miller, e narração em português da atriz Irene Ravache, o trabalho teve co-produção do brasileiro Enock Freitas e os cineastas aceitaram trabalhar no filme como voluntários, segundo a Jocum.
Os índios que atuaram no filme receberam cachês, mesmo sendo amadores. “O direito à vida é mais importante que o direito de preservar as tradições. Todas as culturas evoluem e precisamos superar essa prática terrível”, comentou o índio Eli Ticuna. Ele, junto com a mulher e os filhos, atua nas filmagens. No fim do filme, a menina aparece contando como está a vida dela hoje, já tratada da doença.
"A encenação é criminosa. Os autores têm que ser processados"
Mercio Pereira Gomes, antropólogo

"O direito à vida é mais importante que o direito de preservar as tradições"
Eli Ticuna, índio que atua no filme Hakani


Fonte: Correio Brasilienze

* - Nota deste blog: Jocum é a sigla para Jovens Com Uma Missão.

Veja mais artigos sobre a Jocum:

JOCUM - JOVENS COM UMA MISSÃO

JOCUM E O MINISTÉRIO KING'S KIDS

JOCUM - LOREN CUNNINGHAM: POR QUE NÃO MULHERES NO MINISTÉRIO?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O PODER DA MOBILIZAÇÃO E O MEDO DO BOICOTE


ANDREW HIGGINS

Tradução: João Cruzué

Ano passado, um hóspede sueco chamado Stefan Jansson ficou contrariado ao encontrar uma Bíblia no quarto do hotel. Ele enviou um e-mail reclamando para a cadeia de Hotéis Scandic dizendo que a presença de escrituras cristãs estava aborrecendo e espantando os hóspedes. Assim, na próxima primavera a rede de Hotéis Scandic, a maior da Escandinávia, ordenou a remoção de todos os novos testamentos dos quartos.
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Em um país onde minguados 3% da população vão à Igreja durante a semana, o caso parecia ser apenas mais um passo do cristianismo europeu em sua longa marcha na direção do secularismo. Mas algo inusitado aconteceu: um furor cristão nacional irrompeu. Um bispo conservador anunciou um boicote. Um radical de esquerda que tinha se tornado cristão devoto, convidado a um talk-show, denunciou o expurgo bíblico nas colunas dos jornais e na televisão. Um jovem evangélico organizou uma campanha de abaixo-assinado questionando a Rede Scandic: "Por que vocês estão removendo as bíblias, mas não os canais de pay-per-view pornográficos de suas TVs?"

A Rede Scandic, que já estava retiraando as Bíblias das mesas de frente, voltou atrás. Diante da mobilização dos cristãos, colocou de volta os Novos Testamentos junto aos quartos com o Alcorão e a Torah. Com a compra da Rede por novos donos desde abril/2007, as Bíblias voltaram aos quartos. O capítulo Sueco dos Gideões, um grupo missionário de distribuição de Bíblias, doou recentemente 10 mil Novos Testamentos em sueco para a rede Scandic.

Fontes:

Wall Street Journal - religionomics.com

Olhar Cristão - cruzue@gmail.com


terça-feira, 1 de julho de 2008

ISABELI FONTANA IRRITA GAYS : NÃO GOSTARIA DE TER FILHO HOMOSSEXUAL"

da Folha Online

Internautas gays criticaram a modelo Isabeli Fontana por falar que não gostaria de ter um filho homossexual, durante o programa da Hebe no SBT na segunda-feira (30). Veja o vídeo da declaração.

Isabeli Fontana afirmou que não gostaria de ter um filho gay durante o programa "Hebe".

A profissional que alcançou o status internacional que Isabeli alcançou deveria pensar um pouco mais nas palavras que saem da sua boca. Uma pessoa como ela forma opiniões. Não se trata de ser engajada com mil causas --acho esse Bono Vox way of life um porre. Mas ela poderia pelo menos não atrapalhar, dando uma declaração homofóbica em rede nacional", opinou o blog Na Ponta dos Dedos.
Reprodução
O assunto também rendeu comentários no blog Queer Girls:

"Já sabemos que existem milhares de artistas de mente fraca e preconceituosa, mas deixar isso evidenciado em rede aberta pro Brasil todo saber, isso sim é que eu chamo de tombo na passarela. Torçamos, então, para que Zion e Lucas não sigam o mal exemplo da mãe e sejam crianças que, desde cedo, aprendam a respeitar e entender as diferenças", postou uma leitora no blog.

No sistema de comentários da Folha Online, a fala de Isabeli também gerou controvérsia. Alguns leitores defenderam a modelo.

"A lei nos obriga apenas a tolerar diferenças, mas ninguém é obrigado a gostar de ninguém, e por enquanto ainda não somos obrigados a mentir sobre nossas preferências", escreveu Gerson Luiz Armiliato, de Cascavel (PR).

Houve quem contasse casos pessoais para sustentar sua opinião.

"Tenho 38 anos e tenho um irmão que é gay. Desde que me entendo convivo com isso. Sempre o amei e nunca o discriminei. Nossa família o entende e aceita. Mas também tenho três filhos e de uma coisa tenho certeza: não gostaria que um deles fosse gay", defendeu Claudio Wallace.

A Folha Online procurou Isabeli Fontana, mas a modelo ainda não deu resposta ao pedido de entrevistas.

Confira o diálogo

A discussão sobre homossexualidade veio à tona devido à presença do ator Lugui Palhares, que interpretou o personagem gay Carlão na novela global "Duas Caras", de Aguinaldo Silva. Hebe Camargo questionou a sexualidade de Palhares, que afirmou ser heterossexual e apontou sua mulher na platéia. Também sentada no sofá da apresentadora, Isabeli comentou que, se fosse seu filho, não queria que ele fosse gay.

Após a polêmica declaração, Hebe --que busca atrair um público mais jovem em seu novo horário-- defendeu a modelo e tentou minimizar a situação, afirmando que um filho gay "cria muitos problemas". Quando Palhares disse que era necessário entender a sexualidade do filho, a apresentadora do SBT afirmou que o comentário de Isabeli também precisava ser aceito. "Mas é questão de opinião, é a opinião dela, o filho é dela...", disse Hebe.

A seguir, veja o trecho do diálogo entre Isabeli Fontana, Hebe Camargo e Lugui Palhares.

Isabeli Fontana: "É, a gente não tem que ter preconceito, mas filho meu eu não gostaria que fosse [gay]. Sim, é um mínimo preconceito... Eu adoro... Tenho vários amigos gays, amo de paixão, mas filho meu eu não gostaria que fosse".

Hebe Camargo: "Mas você não gostaria que seu filho fosse..."

Isabeli: "Ô!"

Hebe: "É, porque cria muitos problemas..."

Lugui Palhares: "Mas... Mas se ele fosse, você teria que..."

Isabeli: "Aceitar?"

Lugui: "Aceitar e saber entender, porque talvez aí você vai olhar com outros olhos, de outro ângulo..."

Isabeli: "Tentar entender, mas de outra forma? É, mas eu quero que seja...[heterossexual]"

Hebe: "Mas é questão de opinião, é a opinião dela, o filho é dela..."

Lugui: "Com certeza".

Isabeli: "Eu tinha que aprender a lidar com a situação, mas que é difícil, é, né?"

Fonte: Folha Online / Ilustrada

Veja mais neste blog: ABGLT - NINGUÉM SONHA EM TER FILHOS GAYS!