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domingo, 17 de dezembro de 2017

Riqueza material não é prioridade para o crente

Por Antonio Gilberto

O rico, quer reconheça ou não, deve toda a sua riqueza a Deus. Quem dá vida e saúde ao homem e todas as condições e meios para ele adquirir riquezas?

Riqueza material é a posse de bens em quantidade. A gradação dessa riqueza depende da abundância desses bens. A Bíblia não proíbe e nem condena a posse pelo crente de riqueza material. Mas adverte-o clara e repetidamente contra seus perigos.

O rico, quer reconheça ou não, deve toda a sua riqueza a Deus. Quem criou a vida, a terra, as leis agrárias, naturais e universais, as sementes, a diversidade de plantas, as nuvens e a chuva, a luz, o sol, o vento, o calor, os minérios, a água? Deus. Quem dá vida  saúde ao homem e todas as condições e meios para ele adquirir riquezas? Deus.

Quem tem bens e riqueza de qualquer natureza precisa perguntar a si mesmo: "Quanto deves tu ao Senhor?" (Lucas 16.5 b).

"Lembrem-se do SENHOR, seu Deus, porque é ele quem lhes dá força para conseguir riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu aos pais de vocês, como hoje se vê" (Deuteronômio 8.18). É lastimável que os homens adquiram riquezas de muitas formas e delas desfrutem, sem qualquer reconhecimento de que tudo provém de Deus. Por isso, o rico não deve gloriar-se nas duas riquezas (Jeremias 9.23), nem tê-las como certas e infalíveis (1 Timóteo 6.17).

Muitas pessoas, quanto mais recursos têm, mais gastam consigo mesmas primeiramente. Esquecem-se de Deus e das necessidades do seu reino. Diante do Senhor, o que pesa não é o volume da riqueza que alguém possui, mas o modo como este a utiliza.

A Bíblia possui vários exemplos de possíveis problemas e perigos da riqueza, como na parábola do homem rico; a história do rico e Lázaro; e a história da viúva pobre.

Os ensinos da "confissão positiva" ou da teologia da prosperidade, afirmam que o crente que sofre doença prolongada, revezes, contratempos, prejuízos, provações, privações, tribulações,  pobreza, é por que está em pecado diante de Deus; não tem fé em Deus; é infiel a Deus em coisas do seu conhecimento. Eles citam Deuteronômio 15.4 ("para que não haja pobre no meio de vocês") mas se esquivam do versículo 11 que faz parte do mesmo livro e capítulo ("nunca deixará de haver pobres na terra"). Esquecem dos Salmos 34.19 e 91.15; de João 16.33; Atos 14.22; Romanos 8.17, 18. Todos esses textos, e muitos outros, falam de sofrimentos a que o crente está sujeito nesta vida.

A Bíblia mostra três formas do sofrimento do justo:
1 Sofrimento probatório. São provas, tribulações, adversidades, doenças, e outros males. São casos em que Deus permite o sofrimento para depurar a nossa fé, ou na sua soberania cumprir seus propósitos.
2. Sofrimento culposo. Colhe-se o que foi semeado. Oseias 8.7 afirma: “Porque semeiam ventos e colherão tempestades." O que você está plantando, colherá (Eclesiastes 3.2). Umas das leias agrárias é que se colhe muito mais do que se planta.
3. Sofrimento maligno. Satanás faz tudo o que pode para enfraquecer, distrair, enganar, dificultar e destruir o crente. À medida que travamos a guerra espiritual "contra os príncipes das trevas deste século", é inevitável a ocorrência de choques contratempos, dificuldades e outros males (Efésios 6.11-16, 1 Tessalonicenses 2.18).
Nunca o mundo teve proporcionalmente tantos ricos como na atualidade, sendo que grande parte dessa riqueza é de origem duvidosa, nebulosa, injusta, etc. O crente rico precisa pensar nisso, com o objetivo de fazer, pelo menos, duas perguntas sondadoras:

Como obtive a minha riqueza?

Além do atendimento das minhas necessidades pessoais, familiares, e de investimento, que uso faço da minha riqueza em relação ao reino de Deus?

Fonte: Jornal A Voz da Assembleia, julho de 2002, página A6. 

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