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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Marco Feliciano e os 600 terreiros de umbanda


Entrevista ao portal CPAD News. Auge da perseguição da mídia secular.


“Nunca houve tanta oração neste país nunca houve tantos crentes anônimos mandando mensagem de Jesus dizendo: Protege o Pastor Marcos porque ele me representa naquele lugar. 

O Brasil foi abalado pelas orações, Igreja. Quem concorda com isso?

Nos primeiros dias Edmar, no meio daquele tumulto você assistiu reuniões na nossa frente… Onde estava tudo nublado não tinha o apoio de ninguém… meu partido tava quase roendo porque não aguentava mais a luta (…) entrou um homem na minha sala, um baita dum… tenho que tomar cuidado como falo…um baita dum afro descendente… desse tamanho o cidadão (…) O cabelo black power. Quando eu olhei pra ele empurrei minha cadeira e pensei: 'Tô frito! Não tão respeitando nem aqui mais'. Quando ele viu que eu fiquei apavorado ele disse: 'Fica tranquilo que minha vinda é de paz' (…). Ele era um babalorixá (…). 

'Vim do Rio de Janeiro através da minha instituição. Nós temos 600 terreiros de macumba e a nossa instituição pagou minhas passagens… vim aqui dizer para o senhor que o senhor nos representa, porque o senhor representa a família brasileira. E pra te ajudar eu trouxe para ao Senhor a espada de São Jorge' (…) Olhei pra aquele trem e pensei: 'Eu pego ou não pego?'

Na hora de ir embora ele voltou e disse: 'Pastor, a partir de hoje ninguém mais toca no Senhor'.  Eu perguntei o motivo. Não devia ter perguntado. Ele voltou, olhou para mim e disse: 'A partir de hoje, toda a sexta feira, 600 terreiros vão estar batendo tambor para nossas entidades protegerem o senhor' (…) Quando eu fui falar Jesus falou comigo: 'Quem não é contra nós é por nós… Quando ele virou as costas Jesus falou comigo: Quando a igreja não se levanta e não pode, eu levanto até demônio…” 

Pronunciamento do Pastor Marco Feliciano em 2 de novembro de 2013; no evento Clama Brasil (transcrição Gospel Hoje).

Síntese

Sobre o episódio, em uma rede social, li: "Como pode um negócio desse irmão? Um pastor como o Feliciano falar um negócio desse é algo estarrecedor."

Marco Feliciano, ao dizer sobre o ritual de "bater tambor" em favor dele em seiscentos terreiros de umbanda? Não ouvimos Feliciano dizer que recebe a situação de bom grado. Se disse, está em trecho que não tivemos acesso. Quem procurou quem? O Feliciano foi ao terreiro ou o religioso à Câmara dos Deputados?

Ninguém pode dizer que o Marco Feliciano não é homem de coragem e ousadia. Ele conquistou sua enorme notoriedade além do espaço cristão por causa dessas características e por causa da oposição -  opositores políticos e da mídia secular. O maior barulho envolvendo seu nome não foi criado diretamente por ele, mas por quem é favorável ao aborto e casamento gay. Ele sempre teve posicionamentos pró-família e pró-vida, muito antes de entrar no meio político, e seus opositores fizeram o Brasil e o mundo saber disso. É verdade que distorcendo quase tudo para tentar prejudicá-lo na carreira política. Não deu certo distorcer, porque com o uso da internet ele sabiamente rebateu essa mídia tendenciosa e a verdade prevaleceu.

Meu posicionamento

Sou eleitor de São Paulo, área em que Feliciano captou eleitores e foi eleito como o deputado federal evangélico que alcançou o maior número de votos. Eu não votei nele.

Não conheço-o como pastor. A priori, na parte teológica tenho as minhas diferenças, discordo dele em alguns pontos teológicos - divergência com cautela, porque sei que devo examinar mais porque ainda possuo conceitos baseados em informações muito superficiais.

O pouco que vejo dele pregando são os fragmentos de pregações, aqueles vídeos de filmagens com duração de apenas três minutos, e postados no YouTube. Então, não me sinto capaz de tecer maiores comentários. Sobre conteúdos de vídeos com pregações incompletas, entendo que auferir juízo, opinar, é arriscar-se a cometer injustiça, quem assiste está refém daqueles que o publicam.

Defesa da vida e da família

Acompanho notícias da atuação de Feliciano na área de parlamentar federal. No combate aos interesses da família, a luta contra o aborto, fecho questão com ele. Estou com ele nas questões pró-família e pró-vida.

Sempre defendi a família aos moldes bíblicos e fui contra o aborto e continuarei a ser. E quem também é, deve ponderar unir forças, esforçar-se para separar as questões teológicas, que discorda, das questões que envolvam a vida e a família aos moldes bíblicos, que concorda.

O vídeo no Clama Brasil

Gostaria de conhecer todo o conteúdo dessa declaração, ter acesso do início ao fim da fala, só com o conteúdo completo seria possível fazer uma análise. É preciso ter todo o conteúdo para opinar, temos apenas três minutos de uma preleção que deve possuir mais de trinta. Quanto há mais de tempo na palestra? O que há? Todo o restante do conteúdo que não temos acesso é muito relevante para interpretar o que pudemos acessar.

Por ser um registro fragmentado, não sabemos se a fala faz parte do prólogo, se é o meio ou final da mensagem. Não sabemos se houve comentário de desfecho do preletor na citação de “quem não é contra nós é por nós”, colocando assim o arremate pelo prisma espiritual.

Cogitações

Não me sinto confortável em comentar sob hipóteses. Debater conjecturas não é ação proativa. Mas, vamos lá.

Em se tratando de uma verdade por parte do religioso da cultura africana, a existência de seiscentos terreiros batendo tambor às sextas-feiras em favor do parlamentar, refere-se ao apoio político de uma parcela de membros da religião afro estar interessada na composição familiar aos moldes bíblicos.

Penso que Feliciano ao proferir o “quem não é contra nós” referia-se a relação de religiosos como eleitores - não são apenas evangélicos que lutam em favor da família e contra o aborto. Ele deve ter se referido apenas ao apoio eleitoral e não aludido às entidades de cultos afros como protetoras. Mas, digo isso apenas em forma de palpite. Não sei. Não vi todo o conteúdo.

Talvez, Marco Feliciano, ao citar "quem não é contra nós e por nós" tenha comentado sobre a passagem bíblica que narra a atuação de Ciro, o monarca pagão que Deus usou para favorecer o povo israelita. Embora o imperador persa jamais tenha reverenciado Jeová, jamais adorá-lo, o profeta se referiu a ele como "pastor de Deus" e "rei ungido de Deus" (Isaías 44.28; 45.1).

Acredito que nos tempos atuais Deus faz o mesmo para abençoar seus servos, afinal, Ele é soberano, está acima de todos as potestades, é o Todo-Poderoso entre crentes e descrentes. Não é só esta passagem do relato sobre Ciro que poderia ser usada como base para o conteúdo mostrado no vídeo em questão.

Conclusão

Não é preciso polemizar a situação.

Continuo querendo assistir o vídeo inteiro. Não dou parecer contrário ou favorável ao que o parlamentar disse no vídeo. Conhecer só uma parte não nos dá condição segura para avaliar o uso da referência bíblica. O vídeo é um recorte, temos disponível uma visualização de 3 minutos em uma pregação que com certeza tem mais de 30. É preciso ter todo o conteúdo para opinar. Repito: para sentir liberdade de marcar uma posição sobre a fala, exposta no vídeo, sinto o desejo de assistir antes toda a mensagem da preleção. Motivo: não gostaria que extraíssem alguns minutos de uma fala minha e a partir dela interpretassem quem eu sou. É a lei do amor ao próximo que me impede. Somos cristãos e precisamos amar o outro como amamos a nós mesmos.

Enfim, Feliciano pode ter comentado sobre a questão espiritual que o relato representa, mas não sabemos, porque o "ilustre autor" do vídeo não registrou tudo.

E.A.G.

4 comentários:

Evaldo disse...

Olá Eliseu, tenho lido outras postagens suas, mas essa parece que você não foi muito claro, hora você defende a postura do citado pastor, e em outra hora fica em cima do muro, afinal, é certo ou é errado o cristão recorrer aos pais de santos para pedir proteção?

Eliseu Antonio Gomes disse...

Amado.

Primeiro, obrigado por participar deste post. Sua contribuição é recebida como um prestígio.

Eu não apoiei. Apenas não quis dar minha opinião porque não conheço a mensagem do pastor por inteira. Em cinco minutos temos apenas o conteúdo que o editor quis que víssemos. Não é o suficiente para opinar. Ao fazer isso, corremos o risco se cometer injustiça.

Lembremos de Jesus: "não julgueis pela aparência". Disse isso porque nem tudo é o que parece ser.

Abraço.


Carlos Roberto, Pr. disse...

Caro amigo Elizeu Gomes,

A Paz do Senhor.

Seu post levanta uma preocupação quanto ao contexto da mensageira inteira, e isso é pertinente, muito embora entenda er muito difícil isso acontecer. Em todo caso assim como já disse nos comentários lá no Point Rhema, havendo confirmação dessa realidade ou mesmo uma retratação ou explicação que venha ser publicada pelo deputado e pastor Marco Feliciano, estarei reverberando no meu blog.

Um grande abraço,

Pr. Carlos Roberto

Eliseu Antonio Gomes disse...

Caro Pr. Carlos.

Não tenho dúvidas de sua ética como pastor e blogueiro, o seu amor por Jesus e pela luz.

Abraço.