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Arquivo | 14 anos de postagens

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Potifar, o eunuco egípcio

José e a esposa infiel de Potifar
Depois de uma troca de postagens no chat da comunidade UBE Blogs, houve a curiosidade e senti vontade de pesquisar sobre quem era de fato Potifar.

Eu já estudei o tema antes e me lembrava que Potifar era retratado como eunuco. Mas, um participante do bate-papo disse-me que havia lido um estudo bíblico que concluía que Potifar não era eunuco. Então, veio em mente escrever sobre o tema e postar neste blog. E fiz isso.

Nos idiomas hebraico e aramaico, o substantivo masculino “eunuco” é “saris” e está inserido como palavra estrangeira na língua hebraica, usado junto com a ideia de castrar. O termo é de origem assíria. Ao pé da letra, é interpretado como “na cabeça”, isto é, o chefe, um administrador. Uma antiga tradução siríaca da Bíblia, traduziu o vocábulo como “pessoa de confiança”.

Cogita-se que a razão para essa confiança especial que os eunucos gozavam era porque não tinham a possibilidade de gerar filhos, sendo inférteis e sem capacidade de atividade sexual, não havia motivação para agir de maneira corrupta e nem tentar derrubar governos a fim de beneficiar a família em posições políticas de destaque social.

Normalmente, uma pessoa descrita como "eunuco" era um homem deliberadamente castrado em idade jovem. Não era costume que pessoas nascidas com defeitos físicos nos testículos, problemas congênitos, fossem considerados “eunucos”.

No Antigo Testamento “saris” é traduzido como camareiro treze vezes (2 Reis 23.11;. Ester 1.10-15; 2.3, 14, 15,.21; 4.4-5; 6.2, 14; 7:9) . E eunuco dezessete vezes (2 Reis 9:32;. 20:18;. Isaías 39.7; 56.3-4; Jeremias 29.2: 34.19; 38.7; 41.16; 52.25;. Daniel 1.3-18).

Ver Gênesis 39:1; 40:2, 7; 1 Samuel 8:15;. 1 Reis 22:9;. 2 Reis 8.6; 24.12-15; 25.19;. 1 Crônicas 28.1, 2 Crônicas. 18.8.  

Os eunucos / saris desempenharam papéis importantes na história antiga, nas sociedades chinesa, romana, bizantina, dos impérios otomanos. Eram assessores de alto escalão, ministros de Estado, funcionários que cumpriam papéis burocráticos. Muitos eram encarregados dos aposentos de rainhas e de haréns de reis. Na Europa, meninos eram castrados para que pudessem crescer mantendo a voz estridente e de grande alcance vocal – estes eram conhecidos como “castrati”.

“E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda” - Gênesis 37.36.

Praticamente, todos os cristãos conhecem a história de José e o episódio em que é comprado como escravo e vai trabalhar para Potifar e nesta ocasião é assediado sexualmente pela esposa dele e injustamente preso.

Abri diversas traduções bíblicas em português em Gênesis 37.36 e 39.1. Nelas, o termo "saris" está vertido como "eunuco" apenas na João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida - na grafia simplificada, 44ª impressão, de 1980, da Imprensa Bíblica do Brasil. Tal versão oferece nota de rodapé, esclarecendo que o "eunuco" do texto era um oficial. Observação: a 54ª impressão, edição de 1982 da mesma editora, é similar. 

Encontramos no relato de Gênesis, capítulo 39, versículo 1 ao 9, o oficial Potifar, eunuco não no sentido literal, pois era homem casado e portanto podemos considerar que não tivesse sua genitália mutilada. Hoje em dia os historiadores estão inclinados a declarar que, fisiologicamente, Potifar não poderia ser considerado como um eunuco. Entretanto, apesar do casamento, há quem cogite que a insistência da esposa de Potifar em tentar um ato de infidelidade conjugal com José, aconteceu porque ele não tivesse capacidade de manter conjunção carnal.

Nem todos os “eunucos” eram castrados, ao menos no Egito. A sociedade egípcia parece ter sentido repugnância ao ato de extrair órgãos do corpo humano.

Segundo historiadores, não há documentos faraônicos indicando que eles ocupassem postos predominantes nos palácios, como guardiões de haréns e escritórios administrativos e conselheiros de monarcas. Não existe nada parecido no Egito com o que havia na Mesopotâmia em relação aos eunucos.

No Egito, existia o uso da atribuição apenas para designar os altos funcionários da corte de faraó. A presença comum nos tempos antigos de homens castrados nas cortes reais mesopotâmicas deve ser o motivo da palavra “eunuco” ter sido difundida de maneira generalizada para pessoas não castradas que exerciam funções importantes junto ao faraó. Ou seja, havia a atribuição apenas para designar os altos funcionários da corte de faraó e Potifar era uma dessas autoridades com o título “eunuco” sem ser mutilado.

Eunuco no Novo Testamento

"Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” – Mateus 19.12.

A palavra usada no idioma grego, nas páginas do Novo Testamento é "eunouchos", da qual temos a nossa palavra eunuco. "Eunouchos" é a junção de eune (cama) e echein (para segurar). A maioria dos estudiosos explica que o termo significa "aquele que guarda a cama." Mas Jesus não teria usado a palavra grega no texto de Mateus 19.12, uma vez que Ele conversava em hebraico.


E.A.G. 

Consultas:
http://wiki.answers.com/Q/Was_Potiphar_a_eunuch
http://wiki.answers.com/Q/How_are_eunuch_born
http://bible.cc/genesis/39-1.htm
 

24 comentários:

Unknown disse...

O blog de vocês está de parabéns o conteúdo e muito bom, gostei muito já estou até seguindo. Eu também tenho um blog peço que se possível me siga também e curta minha Fan Page http://www.maisword.com/

Desde já agradeço.

Unknown disse...

Irmão eu creio que potifar era castrado sim, pois o faraó daquela época não egípcio e sim estrangeiro como José, a história geral conta de um povo chamado hicso,que invadiu o Egito um período antes, nesse mesmo versículo diz que ele era um egípcio, não teria necessidade de dizer, pois o mesmo estava no Egito, mas faraó sendo estrangeiro poucos eram de confiança e um egípcio no poder nesse período era coisa rara.valeu

jac disse...

Ola,a paz.Acabei de conhecer o blog,e gostei da explicação.mesmo sendo um pouco sem certeza, creio ser a melhor explicação para ol sentido da palavra nesse momento do texto

Eliseu Antonio Gomes disse...

Olá, Jac.

Obrigado por sua visita ao blog Belverede.

Volte mais vezes.

Abraço, com a paz do Senhor.

Unknown disse...

Eu também concordo com o que está escrito no blog, é o que eu acredito também.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Aldomiro.

A postagem é resultado da leitura bíblica, feita de maneira imparcial, com interesse apenas pela verdade, acompanhada de oração. Também, é resultado de estudo bíblico em fontes além das páginas da Bíblia.

Que Deus continue abençoando você.

Paz do Senhor.

Eli disse...

Muito bom

Eliseu Antonio Gomes disse...

Eli.

Obrigado por expressar a sua opinião. Ela é importante para nós, serve de incentivo a continuar trazendo o compartilhamento de conhecimento bíblico aos leitores deste blog.

Abraço.

MÁRCIO ALVES disse...

Parabéns pelo estudo muito bom o blog está de parabens...continue publicando grandes estudos para os leitores e estudiosos da bíblia...Deus abençoe grandemente....

Eliseu Antonio Gomes disse...

Olá, Marcio Alves.

Obrigado por seu comentário incentivador.

A ideia é essa, continuar contribuindo com o reino de Deus, através de publicações com base bíblica. Ore nesse sentido, para que continuemos a ter a capacidade de realizar isso.

Abraço.

Unknown disse...

Muito feliz e interessante o estudo trazendo a etimologia dessa palavra, mostrando que existe diferença entre culturas e isso tem que ser levado em consideração, pois não podemos generalizar, gostei da imparcialidade, abraço Deus abençoe

Eliseu Antonio Gomes disse...

Olá, Flavio.

Obrigado por prestigiar este blog com sua visita e leitura e ao blogueiro com sua palavras de apreço.

Volte mais vezes!

Abraço.

Unknown disse...

Parabéns pela matéria, goste da diversidade cultural esclarecida. Obrigada?

Eliseu Antonio Gomes disse...

Olá, Sandra.

Obrigado por registrar sua opinião sobre este artigo. Sua visita e comentário são importantes. Volte, comente, sempre que desejar. É bem-vinda sempre!

Abraço.

magnus ambrosio disse...

Parabéns Eliseu, vi que foi publicado em 2012, mas até hoje bem atual é ée foi muito edificante, Deus te abençoe sempre.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Magnus.

A Palavra de Deus é eterna, logo todo assunto que é extraído dela tem o seu viés atemporal.

Deus continue a abençoar você.

Eliseu Antonio Gomes disse...

COMUNICADO:

Lamentavelmente, por acidente alguns comentários mais recentes foram apagados neste espaço. Peço desculpas aos Leitores de Belverede por este motivo. Em especial aos Internautas que prestigiam este trabalho publicando suas opiniões aqui.

Agradeço por compreenderem a situação. Comentários são sempre bem-vindos!

Abraço.

Unknown disse...

Olá a paz gostei bastante da matéria achei muito esclarecedora e concordo me causava repugna o fato dele ser casado sendo eunuco sem nenhum esclarecimento muito obrigado espero que continue publicando materias como está.

Eliseu Antonio Gomes disse...

Olá, Eurípedes.

Muito obrigado por fazer pública a sua opinião sobre esta matéria.

O objetivo da existência do blog Belverede é exatamente trazer esclarecimento sobre assuntos bíblicos. Saiba que a dúvida que você viveu também foi minha, e indo atrás da resposta e a encontrando, fiz o registro em escrita e compartilhei.

Ore por mim, para que continue nesta jornada, pois é Deus quem nos mantém em condições de fazer este trabalho – que eu gosto muito!

Abraço.

Unknown disse...

Graça e paz este estudo e muito edificante e também e muito fácil de entender Deus abençoe

Unknown disse...

Paz do SENHOR JESUS CRISTO

Gostei muito, DEUS abençoe

Unknown disse...

Tem como se inscrever no seu blog?

Eliseu Antonio Gomes disse...

Sim, meu caro Internauta. Você pode seguir o blog Belverede. Para isso, basta rolar esta página e clicar no gadget à esquerda, que consta os dizeres "siga este blog".

Boas festas de final de ano.

Unknown disse...

Enfim era ou não castrado? Este Potifar que adquiriu José, era eunuco como servo intocável nas coisas concernente a Faraó. É a única explicação para tal versículo 1.